Sonae Indústria aumenta lucros. Vendas caem

Apesar dos lucros de 15,9 milhões de euros registados em 2017, onde se inclui o contributo da parceria com a Arauco, a Sonae Indústria viu o volume de negócios cair. A dívida encolheu quase 5 milhões.

Num ano marcado pelo desaparecimento de Belmiro de Azevedo, fundador da Sonae Indústria, a empresa voltou a registar lucros. Fechou o ano com um resultado líquido de 15,3 milhões de euros. É, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), um crescimento de 38,7% face ao exercício anterior.

Este valor, que compara com os 11 milhões de euros de lucros alcançados no ano anterior, fica, ainda assim, aquém das estimativas dos analistas do CaixaBI que apontavam para lucros na ordem dos 21 milhões de euros.

Este resultado inclui a contribuição da Sonae Arauco, empresa criada em maio de 2016, em parceria com os chilenos da Arauco e que é detida em partes iguais pelos dois grupos. A Sonae Arauco foi constituída para operar nos mercados europeu e na África do Sul, no negócio dos painéis derivados de madeira.

Enquanto os lucros cresceram em mais de quatro milhões de euros, o EBITDA consolidado atingiu, em 2017, os 39,3 milhões de euros, cerca de 1,1 milhões de euros superior ao ano anterior, “beneficiando de itens não recorrentes positivos em 2017”. Incluindo a parceria com a Arauco, o EBITDA atingiu os 89 milhões de euros, um milhão a menos que no exercício anterior.

O volume de negócios consolidado da Sonae Indústria, por seu lado, atingiu os 231 milhões de euros, uma redução de 9,9 milhões de euros (ou menos 4,1%) face a 2016. A empresa imputa esta redução do volume de negócios “ao menor volume de vendas no negócio da América do Norte, cujo efeito não foi totalmente anulado pelo aumento dos preços médios de venda no Canadá”. A este fator há ainda que somar, na segunda metade de 2017 a redução de vendas nos mercados nórdicos no negócio dos Laminados e Componentes.

Incluindo a parceria com a Arauco, o volume de negócios ascenderia a 630 milhões de euros que compara com os 639 milhões de euros registados em 2016.

 

Ao mesmo tempo que o investimento, incluindo a participação de 50% na Sonae Arauco, foi de 205,6 milhões de euros, 9,7 milhões de euros acima do ocorrido no ano anterior, a dívida encolheu. Situou-se nos 208,7 milhões de euros, no final de dezembro de 2017. Este valor representa uma diminuição de cerca de 4,9 milhões de euros quando comparada com o final de 2016.

Ano positivo, ano triste

Paulo Azevedo salienta o ano positivo nos principais negócios, num “ano em que vivemos dois eventos marcantes que deixaram tristeza nas nossas mentes e corações: o falecimento de Belmiro de Azevedo, meu pai e fundador da Sonae Indústria; e a lamentável tragédia ocorrida em duas das nossas fábricas, em Portugal, devido aos incêndios florestais“.

Belmiro de Azevedo “tinha um espírito empreendedor e uma visão e estilo de liderança únicos que o fizeram destacar-se no negócio dos painéis derivados de madeira, com base num sólido modelo de gestão e de recursos humanos, na inovação e num forte conjunto de valores profundamente incorporados. Sentiremos muito a sua falta e faremos o nosso melhor para honrar o seu legado“, destaca o chairman da Sonae Indústria.

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