Sindicato afirma “grande adesão” à greve dos trabalhadores de supermercados

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2017

Sindicatos acusam empresas de ameaçar trabalhadores com castigos, penalizações e faltas injustificadas.

A greve dos trabalhadores de lojas, super e hipermercados “está a ter uma forte adesão”, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), que afirma haver “dezenas de lojas na Dia/Minipreço” encerradas.

Em comunicado, o CESP avança que “há registo de grande número de trabalhadores em greve em todas as grandes cadeias de super e hipermercados, como é o caso do Pingo Doce, Continente, Jumbo/Auchan e Lidl. Na Dia/Minipreço há dezenas de lojas encerradas e muitas outras com horários de funcionamento reduzidos”.

Quanto ao pessoal dos armazéns, cuja greve teve início na sexta-feira, o sindicato refere que se continua a registar “elevada adesão dos trabalhadores” ao protesto.

Segundo o sindicato, as empresas recorreram “à pressão e ameaça aos trabalhadores (ameaçando-os com castigos penalizações, faltas injustificadas, etc.), à substituição ilegal de trabalhadores em greve, trocas de horários, trocas de dias de descanso, deslocação de trabalhadores da sua loja ou armazém para outros locais de trabalho”. O sindicato denuncia ainda que muitas lojas abriram “com um número muito reduzido de trabalhadores, com chefias a substituir os trabalhadores nas caixas ou nos balcões de atendimento e com prolongamento dos horários dos trabalhadores que não aderiram à greve”, acusa o sindicato.

As empresas e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), acusa também o sindicato, pretendem “reduzir a retribuição dos trabalhadores, baixando o valor do trabalho suplementar e do trabalho normal prestado em dia feriado e desregular os horários de trabalho”.

Em comunicado, fonte oficial do Pingo Doce indica que o nível de adesão à greve registado, até ao momento, “é inferior a 1% do universo total de colaboradores do Pingo Doce. Todas as 420 lojas da cadeia Pingo Doce abriram e estão a funcionar em plena normalidade”.

Já a cadeia Continente, também em comunicado, revela que as suas lojas “estão e vão manter o seu normal funcionamento nos dias 23 e 24 de dezembro”, lembrando que “por se tratar de um período de festas é natural que se verifique uma intensificação do fluxo de clientes, mas a estrutura está preparada para responder adequadamente”. E acrescenta: “Não se esperam, por isso, anomalias na qualidade e rapidez do serviço, assim como qualquer questão relacionada com a reposição do stock de produtos”.

Os trabalhadores do retalho iniciaram, este sábado, uma greve de dois dias, juntando-se ao pessoal dos armazéns, que começou o protesto na sexta-feira. A paralisação, convocada pelos sindicatos da CGTP, tem como objetivo pressionar a APED a evoluir na negociação do contrato coletivo do setor para que se concretizem aumentos salariais, alterações de carreira e regulamentação dos horários de trabalho.

Na sexta-feira, os trabalhadores dos armazéns e da logística do Lidl, Minipreço, Jerónimo Martins e Sonae estiveram em greve e concentraram-se junto às respetivas empresas.

As empresas associadas da APED empregam 111 mil trabalhadores.

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