Receitas sobem em todos os negócios mas lucros da Sonae caem

Vendas da Sonae cresceram 7% para os 4.115 milhões de euros com o contributo de todos os negócios do grupo. O lucro caiu 2,9% para os 133 milhões de euros, penalizado pelos resultados extraordinários.

A Sonae fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 133 milhões de euros, uma descida de 2,9% face a igual período do ano anterior. Os resultados não são, no entanto, diretamente comparáveis, uma vez que no primeiro trimestre de 2016, a Sonae realizou uma mais-valia de 56 milhões de euros, fruto das operações de sale and leaseback. Excluindo os ganhos de capital não recorrentes, o resultado líquido teria crescido, anuncia a empresa em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em comunicado, a Sonae adianta que no terceiro trimestre do ano, o lucro cresceu um milhão de euros face a igual período do ano passado.

Estes resultados superam as estimativas dos analistas. O CaixaBI, por exemplo, previa lucros de 121 milhões de euros, enquanto o Haitong estimava que a Sonae fechasse os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 126 milhões de euros.

A empresa coliderada por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo imputa os resultados alcançados ao crescimento das vendas de todos os negócios e à melhoria da rentabilidade operacional.

As vendas do grupo Sonae cresceram 7% para os 4.115 milhões de euros com todos os negócios a crescer. Deste 4.067 milhões de euros são imputáveis ao retalho. O volume de negócios no terceiro trimestre do ano, das unidades de retalho (Sonae MC, Worten, Sonae Sports &Fashion e Sonae RP) aumentou 5,1%.

Já o EBITDA subjacente cresceu 9,6% (19 milhões de euros) para os 221 milhões de euros. No terceiro trimestre o crescimento desta rubrica é de 10% face ao trimestre homólogo para os 105 milhões de euros.

O EBITDA caiu 8% para os 273 milhões de euros. A descida é justificável pelos ganhos de capital de 56 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2016, fruto das operações de sale and leaseback. No terceiro trimestre do ano, o EBITDA da Sonae aumentou 18,9% ou 21 milhões de euros, quando comparado com o terceiro trimestre de 2016, para 130 milhões e correspondendo a uma margem de EBITDA de 8,6% (1,0 ponto percentual acima do trimestre homólogo).

A contabilização dos itens não recorrentes acaba por também penalizar os resultados diretos que caem 14,4% para os 102 milhões de euros.

Dívida encolhe 30 milhões de euros

Em termos de dívida, a Sonae continua a apresentar uma redução da mesma. Nos primeiros nove meses do ano, a empresa beneficiou de uma redução de dívida de 30 milhões de euros, totalizando os 1.217 milhões de euros. A Sonae indica que “continua focada em apresentar uma estrutura de capital robusta, otimizando os custos de financiamento e, ao mesmo tempo, mantendo reservas de liquidez e um perfil longo de maturidade da dívida”.

O investimento realizado pela Sonae nos primeiros nove meses do ano atingiu os 202 milhões de euros, cerca de 4,9% do volume de negócios do grupo. Este montante foi canalizado para a abertura de novos negócios e reforço da internacionalização e do serviço ao cliente. A fatia de leão dos investimentos foi canalizada para a Sonae MC com 109 milhões de euros, 26 milhões de euros para a Worten, 27 milhões para a Sonae Sports & Fashion, 28 milhões para a Sonae RP e 9 milhões para a Sonae IM.

Numa análise mais detalhada, no retalho alimentar, a Sonae MC atingiu um volume de negócios de 2.814 milhões de euros, um crescimento de 4,8% face a igual período do ano anterior e superou os mil milhões de euros em vendas no trimestre.

Já na Worten, o volume de negócios atingiu os 689 milhões de euros, um crescimento de 8,8% face aos primeiros nove meses de 2016. A Sonae destaca a operação de e-commerce que registou um aumento de vendas em todas as geografias, especialmente em Espanha, onde as vendas online cresceram mais de 50% desde o início do ano.

Na divisão do Sports&Fashion, as vendas totalizaram os 437 milhões de euros, crescendo 16,8% quando comparado com o período homólogo do ano anterior. Este crescimento beneficiou da consolidação da Salsa.

A Sonae RP, unidade de negócio responsável pela gestão do portefólio de imobiliário de retalho da Sonae, tinha ativos que correspondiam a um valor contabilístico bruto de 1.255 milhões de euros.

Já a Sonae IM atingiu um volume de negócios de 95 milhões de euros, um crescimento de 7,7% face aos primeiros nove meses do ano anterior; enquanto a Sonae FS totalizou um volume de negócios de 17 milhões de euros.

A Sonae Sierra e a Nos já tinham anteriormente apresentado resultados.

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