Uma das ilhas mais remotas do mundo vai ter voos comerciais

  • Bloomberg
  • 8 Outubro 2017

Uma das ilhas mais remotas do mundo está prestes a entrar na era do turismo moderno.

Quando os britânicos exilaram Napoleão Bonaparte em Santa Helena, em 1815, o imperador conquistado demorou dez semanas para chegar à ilha. Dois séculos depois, o barco do correio ainda demora cinco dias – supondo que o ponto de partida seja algum lugar próximo, como a Cidade do Cabo, na África do Sul.

Mas, a 14 de outubro, o diminuto território ultramarino britânico ganhará os primeiros voos programados de sua história. Duas semanas depois, o primeiro hotel de luxo de Santa Helena, com 30 quartos em três prédios de arquitetura georgiana, abre as portas.

Localizada a cerca de 1.920 quilómetros do litoral ocidental da África, Santa Helena é conhecida (por quem sabe que ela existe) como o local onde Napoleão foi confinado após ser derrotado na batalha de Waterloo. A casa onde ele morou — com o mobiliário original — é uma das principais atrações turísticas da ilha.

Mas não é a única. A ilha tropical de 121 quilómetros quadrados oferece passeios de bicicleta em montanhas, pesca desportiva e mergulhos em águas cuja visibilidade chega a 30,5 metros. Santa Helena é um dos poucos lugares do mundo onde os seres humanos podem nadar com tubarões-baleia enormes (e passivos). É a terra de uma tartaruga de 185 anos de idade chamada Jonathan, da escada reta mais longa do mundo e de um campo de golfe que os jogadores percorrem duas vezes, tentando não atingir nenhuma cabra no caminho.

Também está lá a destilaria St. Helena, considerada a mais remota do mundo. A sua especialidade é o Tungi, um destilado branco engarrafado numa garrafa com um formato que evoca (mais ou menos) a famosa escada da ilha.

Por causa das opções limitadas de transporte, apenas uns poucos milhares de turistas chegam à ilha a cada ano. O St. Helena, um navio do Royal Mail para carregamentos e passageiros, faz o trajeto poucas vezes por mês. E, até agora, o aeroporto só podia receber voos privados.

“O aeroporto mais inútil do mundo”, como foi chamado por alguns, custou 285 milhões de libras (mais de 400 milhões de dólares) e pretendia aproximar Santa Helena da autossuficiência económica. Um mês antes da inauguração, em 2016, voos de teste revelaram condições de vento perigosas, e os voos comerciais foram adiados. O aeroporto só recebe voos privados e de evacuação médica.

Mas, agora, a empresa aérea sul-africana Airlink realizará um voo semanal de Joanesburgo até Windhoek, Namíbia, e daí até Santa Helena.

O jornal The Independent informou que a Airlink não usará toda a capacidade de seus aviões da Embraer. A fim de manter a aeronave leve o suficiente para usar uma parte menor da pista e evitar os lugares com ventos mais perigosos, a empresa ocupará apenas 76 dos 99 assentos. A companhia espera que esse número chegue a 87 em 2018.

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