Montepio regressa aos lucros com rácio de capital reforçado

Uma melhoria na margem financeira e no produto bancário, aliada a um corte nos custos operacionais, levaram o Montepio a passar de prejuízos para lucros. Depósitos baixaram 683 milhões de euros.

Depois de ter registado um prejuízo de 67,6 milhões de euros, o Montepio regressou esta quarta-feira aos lucros no primeiro semestre, mantendo a tendência que já se verificava nos resultados do banco no primeiro trimestre. A Caixa Económica Montepio Geral lucrou 13 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano numa altura de grande turbulência da situação do banco. Neste período os depósitos dos clientes caíram 683 milhões de euros.

“O resultado líquido melhorou em 80,7 milhões de euros, para 13 milhões de euros, assente na recuperação dos resultados da atividade comercial (negócio core) e na melhoria da eficiência da estrutura operativa“, explica o banco em comunicado esta quarta-feira. Segundo o Montepio, os resultados do primeiro semestre já têm em conta os encargos de 25,2 milhões de euros para as contribuições para os Fundos de Resolução, do setor bancário e para o Fundo de Garantia de Depósitos.

Um dos fatores que justifica este resultado é o aumento das receitas com as comissões, que subiu 19,5% (nove milhões de euros) para os 55,2 milhões de euros. Desde dezembro do ano passado que o Montepio cobra duas vezes mais em comissões no crédito à habitação, quase quatro euros por mês. Além disso, a redução dos custos de financiamento, “nomeadamente do custo dos depósitos a prazo”, assinala o banco, levou a uma subida e 28,3% (31,6 milhões de euros) na margem financeira.

A diminuição dos trabalhadores levou a uma redução de 9,6% (-14,6 milhões de euros) nos custos operacionais, o que reflete também o congelamento dos salários até ao fim deste ano. O banco chegou a pedir o estatuto de empresa em reestruturação, o que lhe permitiria ultrapassar as quotas de rescisões amigáveis com acesso a subsídio de desemprego. Esse pedido foi cancelado por causa do Acordo Coletivo de Trabalho assinado com os sindicatos.

Os gastos com pessoal diminuíram de 124,9 milhões de euros no ano passado para 84,7 milhões de euros no primeiro semestre deste ano.

Outro dos fatores prende-se com o aumento de capital em 250 milhões de euros, anunciado no final do semestre, a 30 de junho, tendo em vista reforçar o rácio de capital. “O reforço da posição de capital incorpora os efeitos positivos do aumento do capital institucional em 250 milhões de euros e da descida dos ativos ponderados pelo risco para 12.202 milhões de euros“, esclarece o banco.

O rácio de capital core (CET14) subiu para 12,6% e o rácio de capital total atingiu os 12,9%“, assinala o comunicado. Recentemente está em curso a transformação do Montepio em sociedade anónima assim como uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). A ideia é que as unidades de participação deixem de estar cotadas em bolsa, o que será o início de uma nova fase do banco. Em vista está uma possível entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O passivo diminuiu 1.321 milhões de euros no primeiro semestre de 2017.

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