Desemprego terá recuado para 11% ou 11,1% em 2016

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2017

Depois de em 2015 a taxa de desemprego se ter situado nos 12,4%, deverá ter terminado o último ano num nível inferior. Os analistas acreditam que poderá ter recuado para 11%.

A taxa de desemprego para o conjunto de 2016 deverá ter ficado entre os 11% e os 11,1%, ligeiramente abaixo da estimativa do Governo de 11,2%, de acordo com os analistas contactados pela agência Lusa.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quarta-feira as Estatísticas do Emprego relativas ao quarto trimestre, incluindo a taxa anual apurada para 2016, depois de em 2015 a taxa de desemprego se ter situado nos 12,4%.

No ano passado, a taxa de desemprego apurada pelo INE para o primeiro trimestre situou-se nos 12,4%, baixando no segundo trimestre para os 10,8% e no terceiro trimestre para os 10,5%.

Em termos mensais, a estimativa provisória do instituto para dezembro é de que a taxa de desemprego se tenha situado nos 10,2% em dezembro, baixando dos 10,5% observados em novembro.

Para o economista-chefe do Montepio Geral, Rui Bernardes Serra, para o quarto trimestre, estima-se uma nova descida da taxa de desemprego trimestral, para os 10,4%, prosseguindo a tendência de alívio que vem a evidenciar desde o pico máximo histórico atingido no primeiro trimestre de 2013 (17,5%).

“Em termos prospetivos, prevemos uma nova redução em 2016, para 11%, um valor em linha com os previstos pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] e um pouco mais abaixo dos 11,2% previstos pelo Governo na Proposta de Orçamento do Estado para 2017”, estimou. “Para 2017, prevemos uma nova redução, para 10,3%, abaixo do previsto pelo FMI (10,6%) e em linha com o previsto pelo Governo”, acrescentou.

Para o analista do BPI José Miguel Cerdeira, a taxa de desemprego do quarto trimestre deverá ficar nos 10,5%, igual à do trimestre anterior,” o que configura uma taxa de desemprego de 11,1% para o total de 2016”. Para 2017, a previsão do banco é de que a taxa se reduza para os 10,1%, “o que configuraria uma continuação da atual tendência de comportamento do mercado de trabalho mais positivo face ao que seria de esperar perante a dinâmica do PIB” [Produto Interno Bruto].

Embora não avance uma estimativa, segundo o gestor da corretora XTB António Duarte, será “expectável” uma redução da taxa de desemprego no conjunto de 2016.

“Analisando a taxa de inflação e o PIB de Portugal ao longo do último ano, verificamos que ambos têm vindo a aumentar, o que significa que a economia nacional está a crescer. Houve um aumento da produtividade – postos de trabalho, ou aumentou a produtividade marginal, logo, se considerarmos uma produtividade marginal constante de um trimestre para o outro, só nos resta considerar o aumento dos postos de trabalho”, disse.

No entanto, o gestor alerta para que “os níveis de investimento também podem interferir, isto é, se houve mais investimento, pode haver um aumento do PIB e não tem de haver, necessariamente, uma redução desta taxa”. “Resta-nos aguardar, mas creio que podemos estar otimistas”, afirmou.

Curioso para perceber se o emprego continua a crescer mais do que o PIB, “o que numa situação normal não deveria acontecer”, disse estar também João Pereira Leite, gestor do Banco Carregosa, que igualmente opta por não avançar uma estimativa para o comportamento da taxa de desemprego.

“No terceiro trimestre de 2016 o crescimento do PIB foi de 1,6%, comparativamente a igual período de 2015. No entanto, o emprego cresceu 1,9%, mais 0,3 pontos do que o PIB no mesmo período, o que se pode explicar devido à baixa dos salários e a políticas de flexibilidade laboral do anterior governo”, afirmou.

Ou seja, para João Pereira Leite, “este número nada nos diz sobre o tipo de emprego criado”. “É de supor, no entanto, que se trate de emprego precário, não qualificado e de pouco valor acrescentado”, disse.

No Orçamento do Estado para 2017, o Governo estimava que a taxa de desemprego se fixasse em 11,2% em 2016 e que baixasse para os 10,4% este ano.

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