Juros da dívida portuguesa atingem máximo de 10 meses

Os juros da dívida soberana portuguesa continuam a agravar-se, acompanhando a tendência registada nos restantes países do euro. Trump está a agravar as taxas na Zona Euro.

Os juros da dívida nacional continuam a agravar-se. A taxa a 10 anos acelerou no arranque da sessão, acentuando a tendência para atingir o nível mais elevado em 10 meses, já acima da fasquia dos 3,6%. Está a acompanhar a subida registada nos restantes países do euro. É o reflexo da tensão nos mercados de dívida em resultado da vitória de Donald Trump nas presidenciais dos EUA.

As obrigações do Tesouro estão em queda, levando a yield no prazo a 10 anos a subir 14,9 pontos base para os 3,633%. A taxa chegou aos 3,637%, um máximo de 10 meses, sendo que o prémio de risco face à Alemanha está a subir para máximos de um mês, nos 323 pontos base. No prazo a 15 anos, está já nos 4,13%.

Taxa a 10 anos acelera

Fonte: Bloomberg (Valores me percentagem)
Fonte: Bloomberg (Valores me percentagem)

Este agravamento não é, contudo, exclusivo da dívida nacional. Também em Espanha e Itália as taxas estão a agravar-se, subindo 13,7 e 15,8 pontos base para 1,611% e 2,174%, respetivamente. E mesmo a Alemanha vê os juros a subir. A yield das bunds a 10 anos está a subir seis pontos para os 0,368%.

Mantém-se assim a tendência de agravamento registada desde o final da semana passada, período em que desapareceram mais de um bilião de dólares dos mercados de dívida da Zona Euro com os investidores a refletirem os receios em torno da vitória de Trump.

A equipa económica do Presidente eleito anunciou que a administração Trump vai mesmo avançar com os estímulos orçamentais em larga escala, na ordem do bilião de dólares, tal como o candidato havia prometido durante campanha. Tudo com o objetivo de fazer descolar a maior economia do mundo.

A entrada em cena da política orçamental vai significar a retirada mais célere da política monetária da Fed, antecipando-se o arranque de um ciclo de subidas de juros rápido nos EUA, o que acabará por pressionar uma subida nos juros dos restantes ativos, incluindo as obrigações.

(Notícia atualizada às 10h40 com o acentuar da subida dos juros da dívida na Zona Euro)

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