O que dizem as capas de jornais sobre a vitória de Macron?

Perante o alívio com a derrota de Le Pen, os jornais de todo o mundo estão fazer capa com o mais jovem Presidente de França. Macron, retratado como europeísta, é o protagonista das principais capas.

Depois de conquistar 24% do eleitorado francês na primeira volta, Emmanuel Macron atingiu os 65% na segunda volta, derrotou Marine Le Pen e foi eleito Presidente da República de França este domingo. O ex-ministro da Economia de Hollande conseguiu, num ano, passar de desconhecido da maior parte do mundo para ser proclamado como o homem que salvou o país da extrema-direita. As capas desta segunda-feira traduzem isso mesmo, ainda que mantenham reticências sobre a quantidade de votos de Le Pen e as aspirações reformistas do novo líder francês.

Uma das capas mais marcantes desta segunda-feira, na ressaca das eleições presidenciais francesas, é a do Liberátion. A frente retrata Emmanuel Macron como um bom jogador. Atrás aparece Marine Le Pen, a derrotada da noite, com a frase “bem feita”. O vencedor é o mais visado nas capas internacionais, do britânico Financial Times ao espanhol El País, um resultado que é visto como um alívio para a Europa, mas também como uma força de bloqueio perante as ondas de populismo mais recentes.

Nos Estados Unidos, o influente The New York Times marca a vitória de Macron sobretudo por ter evitado a tomada do poder por uma “extrema-direita emergente”. Apelidado de centrista, Emmanuel Macron é visto como a rolha que tapou a “raiva” de populismo, um fenómeno que se tem vivido em França tal como em vários países do Ocidente.

O francês Le Figaro opta por jogar com o nome do movimento criado por Emmanuel Macron, “En Marche”. Este domingo marca o dia em que começa a jornada do francês de 39 anos — o mais jovem da história da República francesa — à frente dos destinos do país. “Uma maioria para a mudança”, cita o jornal francês do discurso de vitória de Emmanuel Macron.

O La Vanguardia vinca a opção dos franceses por continuar na União Europeia. “França vota sim à Europa”, destaca o jornal, descrevendo como foi a festa de vitória de Emmanuel Macron, nomeadamente o hino da Europa que se ouviu nas comemorações. Contudo, o La Vanguardia também refere que a abstenção e os votos em branco atingiram recordes nesta segunda volta.

O El País é claro também: “França derrota o radicalismo” de Le Pen. O jornal espanhol faz uma retrospetiva das últimas eleições, na segunda volta, o que mostra a diferença entre Chirac e o pai Le Pen em 2002 e os resultados desta domingo entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron.

“Macron vence as presidenciais francesas – mas o país continua dividido”. É assim que a capa do The Guardian retrata a vitória do independente, mostrando como a derrota de Le Pen agora não significa uma queda nas intenções de voto. De tal forma que o jornal retrata a forma como os apoiantes da Frente Nacional festejaram os 35%, ainda que significassem uma derrota.

O Daily Telegraph retrata Emmanuel Macron como a esperança de França, mas a dúvida do Reino Unido. Já o Wall Street Journal vê a vitória do centrista como prova do sucesso do establishment pró-europeu que se tem sentido principalmente depois dos britânicos terem optado, há quase um ano, sair da União Europeia. O Financial Times também dá destaque à vitória de Macron e à opção do eleitorado francês pela globalização face ao populismo, principalmente por ser mais um alívio para o status quo da União Europeia.

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