BPI: CaixaBank gastou 645 milhões. Está a perder 100

O banco catalão comprou 568 milhões de títulos por 1,134 euros. A forte queda das ações após a OPA está a gerar uma menos-valia potencial de mais de 100 milhões de euros.

O CaixaBank ofereceu 1,134 euros por cada ação do BPI. Conseguiu comprar mais de 568 milhões de títulos, deixando muito poucas ações no mercado de capitais. Perante a falta de liquidez, e sem a sustentação da OPA, o banco está em forte queda na praça nacional, gerando um menos-valia potencial de mais de 100 milhões de euros com estes títulos à instituição catalã.

O banco espanhol comprou o equivalente a 39% dos direitos do BPI com a venda de posições por parte de Isabel dos Santos, do Grupo Violas e também de muitos pequenos acionistas. A operação que permitiu ao banco liderado por Gonzalo Gortázar ficar com 84,52% do capital, representou um desembolso de 644,52 milhões de euros. Esses mesmos títulos comprados a 1,134 euros estão agora a 0,948 euros.

As ações do BPI chegaram a afundar mais de 19% no primeiro dia de negociação após a conclusão da OPA. Seguem a perder mais de 21,9% para 82 cêntimos, valor que gera uma menos-valia potencial avultada ao banco catalão. Dos 644,52 milhões investidos restam 538 milhões, ou seja, menos 105 milhões.

Esta queda traduz o fim da sustentação dos títulos pela OPA. Não só porque o prazo de aceitação da oferta acabou, mas também porque o banco catalão não conseguiu títulos suficientes para avançar com a aquisição potestativa dos restantes ao mesmo valor. Assim, e sem liquidez, as ações lideram as quedas no índice de referência português, uma “montra” da qual vai sair.

“A Euronext comunica que, na sequência dos resultados alcançados na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, e face à informação disponível à data, foi decidida a exclusão das ações do Banco BPI do índice PSI-20, com data efetiva a 10 de fevereiro”, informou a Euronext, dona da bolsa de Lisboa.

Com esta decisão, o principal índice português passa de 18 para 17 cotadas, sendo que um substituto apenas será promovido na revisão anual do índice, que ocorre apenas em março.

 

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