Banco de Portugal pede prudência aos bancos no pagamento de dividendos

Numa altura em que o BCP e a Caixa Geral de Depósitos se preparam para pagar dividendos aos acionistas pela primeira vez depois da crise, o regulador recomenda a adoção de políticas prudentes.

A banca em Portugal está mais rentável e com menores imparidades, mas é preciso cautela na gestão dos lucros. O alerta é feito pelo Banco de Portugal sobre a remuneração dos acionistas, no Relatório de Estabilidade Financeira, numa altura em que a Caixa Geral de Depósitos e o Millennium BCP se preparam para pagar dividendos pela primeira vez depois da crise.

A rendibilidade e eficiência operacional do setor bancário português melhoraram “significativamente” no primeiro semestre do ano, face ao período homólogo, aponta o regulador. Em grande medida, os bancos estão mais rentáveis graças à diminuição das imparidades de crédito, apesar do ainda elevado nível de crédito malparado e de o retorno do capital não ser suficiente para compensar os custos.

“No entanto, o sistema bancário deverá manter os esforços para melhorar a sua eficiência operacional, sem por em causa uma alocação adequada de recursos às funções de controlo, designadamente no que diz respeito ao controlo de branqueamento de capitais e à prevenção do financiamento do terrorismo, bem como à gestão de risco. Deste modo, e apesar dos recentes progressos, os desafios que continuam a colocar-se ao sistema bancário português requerem a adoção de políticas prudentes de aplicação dos resultados gerados, em particular no que concerne à distribuição de dividendos“, diz o Banco de Portugal.

Durante a crise, os prejuízos dos bancos levaram a que os acionistas não fossem remunerados com dividendos. Os dois maiores bancos portugueses estão agora prestes a marcar o momento de mudança.

O Governo está a contar com dividendos da Caixa Geral de Depósitos já referentes ao exercício deste ano, tendo inscrito no Orçamento do Estado para 2019 essa receita que poderá chegar aos 200 milhões de euros. O maior banco privado, o BCP, ainda não tem data marcada, mas quer seguir-se. O CEO Miguel Maya reafirmou em novembro a intenção de pagar dividendos tão cedo quanto possível, sem colocar em causa a solidez financeira do banco.

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