Boeing e Nissan usaram cobre e alumínio menos resistentes

  • ECO
  • 15 Outubro 2017

Boeing, Nissan, Toyota e Subaru são algumas das empresas que compraram produtos de alumínio e cobre com certificados de inspeção falsificados. Não há riscos de segurança ainda assinalados.

A confiança na qualidade do “made in Japan” anda pelas ruas da amargura. Depois de, no domingo, ter confessado ter fornecido informações falsas sobre a resistência e durabilidade de alguns dos seus produtos de alumínio e cobre, a Kobe Steel admite que é provável que mais casos de falsificação deste género sejam divulgados, durante o curso da investigação. Mais de duas centenas de empresas, incluindo a Boeing, Nissan, Toyota e Subaru, poderão ter sido afetadas.

Os produtos, cujos dados técnicos foram alterados, acabaram por ser usados por carros, comboios, aviões e até eletrodomésticos, como LCDs. Os certificados de inspeção da Kobe Steel foram “reescritos de forma inapropriada e enviados como se cumprissem as especificações”, sublinhou a empresa. Esta quarta-feira, o terceiro maior fabricante de aço do Japão confirmou ainda que também os dados sobre o pó de ferro foram falsificados.

No último ano, a manipulação dos dados técnicos afetou 19.300 toneladas de produtos de alumínio laminado, 19.400 toneladas de peças de alumínio forjado e fundido e 2.200 toneladas de produtos de cobre. Com o inflamar deste escândalo, a empresa continua a derrapar no mercado de ações. Os títulos da Kobe Steel já recuaram 18%. A fabricante tem agora um valor de mercado 1,6 mil milhões de dólares (pouco mais de 1,3 milhões de euros), inferior ao anteriormente registado, reporta a Bloomberg.

De acordo com uma estimativa da unidade japonesa da JP Morgan, a substituição dos produtos de alumínio e cobre afetados pelo escândalo deverá custar à Kobe Steel 15 mil milhões de dólares (12,7 mil milhões de euros), mas o dano geral (em termos legais e de reputação) deverá ser bem superior.

Até agora, segundo o Financial Times, nenhum perigo foi assinalado. Os clientes da Kobe Steel estão a conduzir investigações internas para averiguar esse risco.

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