Standard & Poor’s tira dívida portuguesa do lixo

  • Marta Santos Silva
  • 15 Setembro 2017

A Moody's e a Fitch já tinham elevado as perspetivas para a dívida portuguesa e só faltava conhecer a decisão da Standard & Poor's, que surpreendeu os analistas pela positiva.

A agência de rating Standard & Poor’s tornou-se esta sexta-feira na primeira das três grandes agências de notação financeira a mudar a sua perspetiva para a dívida portuguesa para fora do nível considerado “lixo”, de BB+ para BBB-, considerando assim que a dívida portuguesa é investment grade.

Mesmo após a Fitch e a Moody’s terem já elevado a sua perspetiva para a dívida portuguesa, embora sem a tirar do “lixo”, não era esperado que a Standard & Poor’s optasse por alterar já a sua opinião sobre a dívida soberana. Há seis meses, a agência tinha decidido não alterar a sua perspetiva sobre a dívida portuguesa, mantendo-a no nível BB+ com outlook “estável”. Assim, a subida para um nível acima, BBB-, com outlook igualmente estável, não era esperada, cinco anos depois da decisão de colocar a dívida soberana no “lixo”.

A Standard & Poor’s junta-se assim à DBRS, até agora a única outra agência de notação financeira reconhecida pela Comissão Europeia que considerava a dívida portuguesa investment grade.

De acordo com o Financial Times, lê-se no relatório que “a perspetiva estável é um equilíbrio entre a nossa expectativa de crescimento económico sólido e consolidação orçamental adicional assim como a diminuição de riscos financeiros externos durante os próximos dois anos, contra os riscos possíveis de um ambiente de crescimento externo que se enfraqueça e vulnerabilidades que venham das altas, embora em diminuição, dívidas dos setores privado e público”.

O Ministério das Finanças já reagiu à decisão da S&P, afirmando que “o Governo nunca duvidou” que o seu esforço fosse reconhecido pelas agências de notação financeira. Em comunicado enviado às redações, o Ministério das Finanças considera que a S&P “baseia a sua decisão no reconhecimento da recente mudança estrutural ocorrida no setor financeiro, na abrangência do crescimento económico, alicerçado numa forte dinâmica de investimento e de exportações, e no controlo da despesa e da dívida pública”.

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