Acionistas da Sonae Indústria chamados a converter 250 ações numa só

A Sonae Indústria vai reduzir o número de ações de mais de 11 mil milhões para 45 milhões de ações. O CFO da empresa nega que esteja em curso um aumento de capital.

A Sonae Indústria está a propor aos seus acionistas reduzirem o número de ações que detém mantendo o seu valor. A administração propõe uma ação nova por cada 250 títulos detidos atualmente. Chris Lawrie, administrador delegado e CFO da Sonae Indústria, explicou esta manhã durante a conferência de imprensa que teve lugar na sede da empresa na Maia, que o “objetivo é que o preço das ações esteja mais alinhado com o valor das demais ações na bolsa portuguesa”.

O preço médio das ações admitidas na Euronext Lisbon é de 2,9 euros por ação e as ações da Sonae Indústria estavam a ser negociadas a 0,0081 euros por ação. Com a operação as ações deverão atingir o valor dos 2,025 euros por ação.

O CFO da Sonae Indústria destaca ainda: “Tínhamos 11,2 mil milhões de ações e com a operação de reverse stock split ficaremos com 45 milhões de ações, um valor bastante mais razoável”.

Paralelamente à operação de reverse stock split a Sonae Indústria vai propor, em assembleia geral de acionistas, a redução do capital social da empresa.

Chris Lawrie frisa que “havia a ideia no mercado que a Sonae Indústria ia proceder a um aumento de capital o que não corresponde à realidade”. Chris garante que irão “proceder a uma redução significativa do capital social que neste momento é de 812 milhões de euros”. Para o CFO do grupo “esta operação terá um impacto neutro no valor do mercado das ações”.

Chris Lawrie explicou ainda que a operação de diminuição do capital social resulta do facto de a administração ter “decidido registar nas contas consolidadas o valor resultante da participação da parceria com a Arauco de 195,9 milhões de euros, o que gerou uma mais-valia de 38,7 milhões de euros”. Isto, acrescenta, “teve impacto nas contas individuais do grupo uma vez que o resultado líquido foi negativamente afetado por reconhecer uma imparidade com o investimento da Sonae Arauco, ora esta imparidade tem impacto nos fundos próprios”.

Como a empresa sofreu uma transformação estratégica em 2016, o momento é “oportuno para “fazer” a limpeza do balanço que durante muitos anos registou resultados negativos”.

Sonae Industria quer penetrar no mercado dos Estados Unidos

A operação de diminuição de capital e de reverse stock split foi comunicada ao mercado no mesmo dia em que se ficou a saber que a Sonae Indústria voltou a resultados líquidos positivos (11 milhões de euros) o que não acontecia desde 2007.

Chris Lawrie garantiu durante a conferência de imprensa que a Sonae Indústria quer aumentar a penetração no mercado norte-americano. O objetivo é aumentar a quota de mercado em produtos de maior valor acrescentado, sobretudo nos novos produtos de papel melamínico.

As “exportações para os Estados Unidos acontecem a partir do Canadá e são, sobretudo, para o nordeste dos Estados Unidos. Agora queremos fomentar o mercado mais a sul, que tem também grande apetência por este produto”, disse o administrador delegado da Sonae Indústria.

Sobre um eventual aumento das taxas aduaneiras por parte do Presidente norte-americano, Donald Trump, diz: “Ainda não sabemos o que vai acontecer, temos que ver”.

Em termos de investimentos, a Sonae Indústria pretende aumentar a rentabilidade e a eficiência da área de laminados pelo que esta deve ser alvo de investimento. Em 2016, o grupo investiu nove milhões de euros sobretudo no mercado americano. Para este ano, a empresa pretende realizar investimentos de manutenção nos Estados Unidos, mas deverá investir em duas fábricas da Sonae Arauco que têm duas prensas mais antigas (Portugal e Alemanha).

Chris Lawrie recusou-se a adiantar o montante do investimento disponível e frisou que “no horizonte não há nenhuma aquisição prevista”.

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