Crédito: juros às grandes empresas em mínimos históricos

Em novembro, tanto as empresas como as famílias viram o custo do financiamento baixar. Os juros do crédito às grandes empresas e à habitação recuaram para novos mínimos de sempre.

Nunca as grandes empresas pagaram tão pouco para ter acesso ao crédito. De acordo com dados do Banco Central Europeu (BCE) divulgados esta quarta-feira, a taxa de juro média cobrada pelos bancos nos novos empréstimos às empresas recuou, em novembro, mas o segmento das empresas de maior dimensão viram o custo do seu financiamento recuar para o patamar mais baixo de sempre.

A taxa de juro média aplicada nos novos empréstimos às grandes empresas (montante acima de um milhão de euros) fixou-se, em novembro, nos 2,25%. Este valor fica aquém dos 2,70% cobrados, em média, no mês anterior e é também o mais baixo dos últimos 17 anos, período a que remonta o histórico do BCE. A taxa de juro média das novas operações de financiamento às grandes empresas também viu baixar o seu spread face à média da Zona Euro, para o patamar mais baixo do ano de 2016.

Já no caso das empresas de menor dimensão, a taxa de juro média também baixou, mas para 3,36%, com este segmento a continuar a pagar mais para aceder ao financiamento bancário. Em outubro, a taxa de juro média fixada para as pequenas e médias empresas tinha sido de 3,42%.

A quebra dos juros cobrados às empresas de maior dimensão deve, contudo, ser interpretada com algum cuidado. Isto porque os níveis de concessão de crédito ao setor empresarial continuam muito baixos, pelo que qualquer pequena oscilação em termos de novas operações pode ter um impacto considerável na determinação da taxa de juro média cobrada pelos bancos. Ou seja, não significa necessariamente que se trate de uma tendência de quebra transversal a todos os bancos e todas as empresas.

Famílias também pagam menos

O nível historicamente baixo dos indexantes, bem como o alívio dos spreads cobrados pelos bancos, também suportaram uma diminuição das taxas de juro dos novos empréstimos concedidos às famílias. O crédito à habitação é exemplo disso mesmo. Em novembro, a taxa de juro média dos novos empréstimos para a compra de casa recuou para um novo mínimo histórico de 1,82%. Em outubro, a taxa de juro média tinha-se situado, em média, nos 1,85%.

Nos últimos meses, foram vários os bancos a rever em baixa a sua margem mínima dos spreads a aplicar no crédito para a compra de casa. O BCP foi o exemplo mais recente. Em dezembro, o banco liderado por Nuno Amado colocou o seu spread mínimo nos 1,5%, ficando com uma das ofertas mais competitivas nos empréstimos para aquisição de habitação.

Também as finalidades de consumo e de outros fins beneficiaram de um corte nos juros. A taxa de juro média cobrada pelos bancos no crédito ao consumo baixou de 7,47%, em outubro, para 7,38%, em novembro. Já o financiamento para outros fins viu a taxa de juro recuar de uma média de 4,65% para 4,47%.

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