Trabalhadores do Facebook juntam-se contra notícias falsas

Dezenas de trabalhadores do Facebook estão preocupados com a disseminação de notícias falsas na rede social. Por isso, foi criado um grupo informal de discussão, que se reúne às escondidas.

Há um grupo insurgente a nascer no seio de uma das maiores empresas tecnológicas do mundo: o Facebook. Numa altura em que se discute o papel que as notícias falsas veiculadas na maior rede social tiveram na eleição de Donald Trump, o grupo anónimo de trabalhadores até já veio desmentir o próprio patrão: o fundador e presidente executivo, Mark Zuckerberg.

Antes, é preciso compreender que a disseminação de informação falsa nas redes sociais tem sido apontada como um grande problema. Até aqui, dava-se principalmente por dois motivos: ou porque havia alguma parte interessada na divulgação dessa informação, ou porque alguém queria gerar receita com ela. Esta semana, a Google e o próprio Facebook decidiram excluir completamente esses ‘serviços’ das plataformas de publicidade.

Mas não é consensual. Na semana passada, mal se começou a falar disto, Mark Zuckerberg pôs logo os pontos nos is: a ideia de que o Facebook influenciou as eleições é “completamente louca”, disse numa conferência. Agora, o grupo não oficial de trabalhadores, que questiona o peso da rede social na sociedade civil, fez declarações que chocam de frente com a opinião do fundador do Facebook.

“Não é uma ideia louca. O que é louco é vir a público descartar isso assim, quando ele sabe, e toda a gente na empresa sabe, que imensas notícias falsas circularam na nossa plataforma durante a temporada de campanha”, disse ao BuzzFeed News um trabalhador, sob anonimato, com receio de colocar o emprego em risco.

O jornal norte-americano não apurou ao certo o número de trabalhadores evolvidos no grupo de trabalho clandestino, mas um dos empregados ouvidos pelo BuzzFeed News fala em várias dezenas. Alegadamente, as reuniões decorrem às escondidas e só nos últimos seis dias o grupo já se terá juntado duas vezes.

O próximo passo é oficializar o colóquio e produzir uma lista de recomendações para o Facebook, com base nas ideias dos membros. Atualmente, existirão “centenas” de empregados do Facebook que não estão satisfeitos com a posição oficial da empresa, mas que não se juntaram ao grupo.

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