Na nova fábrica da Omega, os relógios são embalados por robôs

  • Fernando Correia de Oliveira
  • 28 Dezembro 2017

O ECO foi conhecer o novo centro de produção da Omega, na Suíça. O edifício é ecologicamente avançado e feito de cimento e de madeira local.

Feito de madeira de árvores originárias da Suíça e de cimento, o novo centro de produção da Omegaé ecologicamente avançado. Em Biel (Bienne), na Suíça, a convite dos relógios Omega e do representante da marca em Portugal, a Tempus Internacional, assiste-se a todos os processos de montagem e testes da marca debaixo de um só teto. “O maior benefício é a eficiência. (…) Ficaremos mais produtivos e dinâmicos do que nunca”, explica fonte da Omega.

Todos os passos na cadeia de produção, incluindo o T2 (montagem do relógio), T3 (braceletes), e T4 (embalamento), bem como o armazenamento de stock e a logística, são completados no novo edifício. Além disso, ele alberga o departamento de formação da empresa.

O CEO da Omega, RaynaldAeschlimann; JohannSchneider-Ammann, ministro suíço da Ecomomia; Nick Haiek, CEO do Swatch Group, a que a Omega pertence; e o arquiteto Shigeru Ban intervieram no evento, a que assistiu também Jean-Daniel Pasche, Presidente da Federação da Indústria Relojoeira Suíça.

Nick Haiek foi muito otimista na sua intervenção. “Muitos de vocês — disse, dirigindo-se à meia lua de jornalistas especializados que tinha à sua frente, vindos de todo o mundo — vaticinaram já por várias vezes a morte da indústria relojoeira suíça. Nada de mais errado. A situação é cada vez melhor, os mercados são cada vez maiores, a prova da nossa expectativa é este investimento”.

Shigeru Ban, conhecido pela sua sofisticação estrutural e pelo uso de técnicas não convencionais, é hoje um dos arquitetos mais reconhecidos internacionalmente. O Swatch Group entregou-lhe, não apenas o projeto do novo edifício Omega como o vizinho complexo que albergará a sede do grupo.

Este edifício — o da Omega, agora inaugurado — é a maior estrutura de madeira do mundo em termos de arquitetura contemporânea“, disse. Em 2014, Ban ganhou o Pritzker Prize, uma espécie de Nobel da Arquitetura (os portugueses Siza Vieira e Souto Moura também já foram distinguidos com ele). Para o Swatch Group, Ban já tinha construído o Nicholas G. Hayek Center, em Ginza, no centro de Tóquio.

No coração do novo edifício da Omega está o sistema de armazenamento da marca, espalhado por três andares e totalmente automatizado. Como num filme de ficção científica, este espaço à prova de fogo (a atmosfera no seu interior quase não tem oxigénio — apenas 15,2%) alberga mais de 30 mil caixas, cheias cada uma com as peças necessárias à montagem diária de relógios. Braços robóticos gerem os pedidos e apenas duas pessoas altamente treinadas estão autorizadas a entrar nele.

O centro de logística funciona a uma velocidade de quatro metros por segundo, gerindo as necessidades das linhas de produção exteriores e extraindo as peças das mais de 30 mil caixas. Há dois elevadores, num espaço total de 3.660 metros cúbicos. Podem realizar-se 1.400 operações por hora.

Braços robóticos tomam igualmente conta da linha de montagem – eles medem, fotografam, dão corda, viram os relógios, sem praticamente intervenção humana. A identificação e o empacotamento finais são igualmente feitos por robôs.

A Omega tem uma nova certificação – cronométrica, de estanquidade e de resistência aos campos magnéticos. É o organismo de metrologia suíço, o METAS, que emite os certificados Master Chronometer dos relógios Omega. Esse organismo tem instalações próprias no interior do novo edifício, para controlar as homologações que emite. Um relógio Omega Master Chronometer resiste a campos magnéticos de até 15 mil gauss.

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