Smart Cities: três ideias vencedoras que vêm mudar as cidades

Prevenir acidentes rodoviários enquanto se gera energia, controlar o risco de incêndio e carregadores de veículos elétricos mais económicos: conheça as ideias vencedoras do Big Smart Cities uma a uma.

O ECO falou com os vencedores do concurso Big Smart Cities. Ninguém melhor para explicar como é que os projetos que conquistaram o júri do concurso querem conquistar as cidades.

São ideias já bastante evoluídas, mas ainda precisam das últimas afinações. Um dos prémios do concurso Big Smart Cities é precisamente a oportunidade de testar as soluções em ambiente real: as ruas de Cascais. O prémio monetário, 10.000 euros para o vencedor e 2.500 euros para o segundo e terceiro lugares, vem ajudar na concretização, assim como os mentores destacados para os seis meses de incubação com o Vodafone Power Lab. Mas esta, é a próxima fase: conheça os argumentos que para já convenceram o júri.

Três em um: a estrada segura, sustentável e sabichona

Sabe que quase 40% das mortes na estrada ocorrem nas passadeiras? Francisco Duarte, fundador do Pavnext, sabe, e a solução que construiu para resolver este problema ganhou o primeiro lugar do Big Smart Cities. Atualmente, todas as soluções têm dois “senãos”: dependem do condutor e só representam custos para as autarquias, como é o caso das lombas.

O Pavnext criou um equipamento que não só desacelera os veículos como, ao fazê-lo, transforma a energia do movimento dos carros em energia elétrica. Para além disto, ainda regista informação sobre o trânsito e velocidades, aumentando a segurança, a sustentabilidade e conhecimento sobre as vias. Instalando o equipamento da Pavnext em 20 metros de estrada, um carro passa automaticamente dos 50 km/h para os 30 km/h, diminuindo o risco de fatalidades em 25%.

Quanto à energia gerada, seria precisa a passagem de 312 carros para manter um poste de iluminação pública ligado um noite inteira (se o poste tiver a potência de 1600 watts e a noite durar dez horas). Para a recolha de dados sobre o trânsito, Francisco Duarte conta com a colaboração da Vodafone. Quer ligar o sistema a uma cloud, uma tecnologia que a gigante das comunicações já domina.

Francisco Duarte apresentou o seu projeto na conferência Smart Cities & Smart Tourism, organizada pelo ECO.ECO

Operadores de autoestradas e municípios já mostraram interesse” garantiu Francisco ao ECO. O objetivo é que, no próximo ano, o produto esteja pronto para ser lançado. “Estamos abertos a licenciar a nossa tecnologia” noutros mercados, assume. Outra das ambições é que a energia gerada seja utilizada para o carregamento de veículos elétricos.

Os empreendedores também querem prevenir os incêndios

O projeto Smart Forest vem proteger as florestas com uma nova patrulha. Os chamados “agentes” são computadores com uma rede de sensores que vão captar sinais exteriores: o nível de CO2, a humidade, a força e direção do vento e claro, coordenadas GPS. Estas informações são transmitidas e interpretadas através de algoritmos que vão dizer o que os níveis significam: há risco de incêndio? Assim, o comprador do agente pode acionar os meios necessários.

Onze mil euros ao longo de dez anos poderiam evitar a perda de 100 hectares,” contabiliza a Smart Forest, referindo-se ao investimento que o equipamento requer numa primeira fase para instalação. Bruno Inácio, um dos fundadores diz que querem “um produto mais avançado” mas a grande dificuldade é a conjugação do projeto com os empregos a tempo inteiro que as quatro pessoas na origem do projeto possuem atualmente. Esperam contudo conseguir avançar com a ajuda dos prémios do projeto.

Eduardo Henriques, um dos quatro elementos da Smart Forest que também esteve na conferência de Smart Cities e Smart Tourism do ECO.ECO

A eletricidade que vem do céu

E se a eletricidade que corre nas redes dos elétricos — aquelas linhas típicas a rasgar os céus de Lisboa — fosse utilizada para o carregamento de veículos elétricos? A TramGrid quis que esta ideia descesse à terra e criou um novo modelo para os carregamentos rápidos. Este carregador tem a vantagem de precisar de menos componentes, o que faz com que o preço deste equipamento seja menor; e consequentemente, a maior vantagem competitiva.

O potencial deste projeto estende-se pelas mais de 1.000 linhas de elétrico que João Mascarenhas, um dos fundadores, conta a nível mundial. Para além disso, a oportunidade é o mercado da mobilidade elétrica. “Na Alemanha nenhum carro será vendido novo se não for elétrico em 2030”, diz ainda o fundador, com base em dados da Bloomberg.

O projeto TramGrid na cerimónia de entrega dos prémios Big Smart Cities, esta terça-feira.

 

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