D. António, o Inimputável

D. António e a sua corte, nas últimas semanas, provaram ao reino que a frase de Camões, herdada do tempo dos verdadeiros reis, continua a fazer todo o sentido: “fraco rei faz fraca a forte gente".

Vivemos numa república em que o Presidente gostava era de ser rei. Mas, na verdade, quem merece um cognome é o “nosso” primeiro-ministro, António Costa. Aliás, perdoem-me os seus pajens: D. António, o Inimputável. Ou seja, aquele a quem não se podem imputar responsabilidades sobre nada.

Aliás, D. António e a sua corte, durante as últimas semanas, provaram ao reino que aquela célebre frase de Camões, herdada do tempo dos verdadeiros reis, continua a fazer todo o sentido: “fraco rei faz fraca a forte gente”.

É esta forte gente, ou seja, nós, ilustres súbditos de um fraco soberano, que tivemos que viver, nas últimas semanas, dois dos mais ridículos momentos da história política portuguesa.

Comecemos pela ministra Constança. Mal se deu a tragédia, a esquerda em uníssono soltou um “aqui-d’el-rei” que, numa altura de calamidade, ninguém poderia ousar questionar a responsabilidade política da titular da pasta que poderia ter evitado a tragédia.

Volvidas duas semanas, percebemos que efetivamente nada foi feito no “reino da geringonça”, durante os dois últimos anos, para que catástrofes como estas fossem evitadas. Mas, por entre lágrimas de crocodilo e abracinhos da presidência, a ministra parece sobreviver – ainda que remetida à prateleira onde estão expostos os membros do Governo que só são ministros porque ainda estão à espera que exista uma renovação ministerial.

O país ainda chorava as suas vítimas de Pedrogão e dá-se o assalto ao armazém militar de Tancos. De um momento para o outro, o Portugal que há uns meses era notícia lá fora pelos sucessos da sua forte gente no turismo, nas startups, no futebol e até no festival da canção, tornava-se agora notícia por não conseguir guardar o seu próprio material militar, pondo desta forma em perigo toda uma Europa que vive aterrorizada pelo fantasma do terrorismo. É caso para dizer que foi um Azeredo do caraças.

Perante isto, o que fez o “nosso” fraco ministro? Nada. Para quê apresentar a demissão, se está farto de saber que neste Governo nunca ninguém é responsável pelas coisas más? Obviamente que é mais fácil dizer que se vai “investigar” e fazer rolar imediatamente as cabeças de cinco militares de carreira.

D. António, o Inimputável, vendo o seu reino a desmoronar, fez aquilo que aqueles que se acham inimputáveis costumam fazer: meteu férias e abalou para a Palma de Maiorca. Com esta atitude, D. António, revelou de uma só vez dois defeitos: mau gosto a escolher destinos de férias e péssimo gosto a escolher a altura em que as tira.

Estes dois episódios são gravíssimos, demonstram incompetência governativa e vieram colocar um ponto final no período de graça da geringonça. É que perante tanta irresponsabilidade, já ninguém consegue achar graça a D. António e à sua corte.

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