Mayweather vs McGregor: os milhões disputam-se no ringue

Na literatura fantástica há uma imagem que ilustra o confronto entre duas forças igualmente potentes: a água contra o fogo. Dois elementos completamente opostos que, ao confrontarem-se, criam um fenómeno espetacular. Contudo, não será preciso viajar para dentro de um livro ou de um filme para assistir a algo deste género. Ver o combate deste sábado será suficiente.

Por volta das 4h00 — hora de Lisboa –, Floyd Mayweather e Conor McGregor entrarão no ringue da Arena T-Mobile em Las Vegas para por em prática algo que os fãs dos desportos de combate aguardam há meses. O primeiro é uma das figuras mais importantes de sempre do boxe, envergando uma marca impressionante de zero derrotas. O segundo é o enfant terrible da MMA, que tomou a modalidade de assalto e desafiou o já retirado Mayweather a medir forças. Este não disse que não.

No ringue, a única modalidade permitida vai ser o boxe, num espetáculo que muitos apelidam de “combate do século”. Na fatura, as receitas chegarão às centenas de milhões, juntando patrocínios, bilhetes e apostas.

A alcunha não é ao acaso

Conhecido nos ringues como “Money”, a riqueza de Mayweather está avaliada em 340 milhões de dólares, segundo dados da revista Forbes, e ainda que já estivesse retirado, parece não perder a oportunidade de juntar mais volume à sua alcunha. Estima-se que, por defrontar o irlandês, possa acrescentar mais 100 milhões de dólares à sua carteira. Contudo, reitera que vai fazer isto por uma questão de honra, defendendo assim ‘o seu trono’.

E se parece que os ganhos do atleta podem ficar apenas pelo salário, estes estendem-se à roupa que usa. Vai entrar em combate envergando milhões em patrocínios, com os seus calções a valerem 15 milhões, o anel a rondar os 5 milhões e o robe, que serve apenas para fazer o caminho do balneário ao canto das cordas, avaliado em um milhão de dólares.

McGregor, por outro lado, tenta a sua sorte numa modalidade que não é a sua, entrando em ringue com uma riqueza avaliada em 34 milhões de dólares. Ganhando ou perdendo, as estimativas apontam para um cheque de 40 milhões de dólares com o seu nome. Para além disso, são muitas as marcas pelas quais o irlandês dá a cara entre as quais a Reebok, a Rolls Royce e a Beats.

O combate do século… outra vez

Não é a primeira vez que Floyd Mayweather é protagonista de um combate épico. Em 2015, entrou no ringue com Manny Pacquiao, campeão de outra divisão e apontado como o único rival capaz de o deter, para disputar aquele que também mereceu uma nomenclatura secular. O buzz em torno deste evento foi tão grande que o mundo parou para ver, mas não se esqueceu de abrir os cordões à bolsa.

Com as receitas dos bilhetes a rondarem os 70 milhões de dólares e as subscrições televisivas — sistema de pay-per-view — a renderem cerca de 400 milhões, o combate entre os dois campeões do boxe estabeleceu um recorde que só agora poderá ser destruído.

A Arena T-Mobile tem espaço para receber 20 mil pessoas, com o preçário dos bilhetes a começar nos 1.700 dólares e a escalar até às dezenas de milhares. Mas quem ficar em casa também vai ter de pagar, visto que o combate vai ser transmitido pelo canal Showtime nos mesmos moldes do de 2015, ou seja, em pay-per-view: a versão em qualidade normal custa 10 dólares, enquanto a HD sobre para 99 dólares.

As expectativas do presidente da UFC, liga na qual combate McGregor, apontam para que mais de 4,9 milhões de pessoas subscrevam o serviço nesta noite. Ao The Guardian, Dana White afirmou que “este será o evento mais subscrito na história do pay-per-view”, atingindo “mais de mil milhões de casas globalmente”.

Que não faltem os bonés e as apostas

Como em qualquer evento desportivo que se preze, os verdadeiros fãs não vão dispensar o merchandising e as apostas. A ESPN escreve que as vendas de objetos relacionados com o evento irão render dois milhões de dólares, enquanto as casas de apostas verão entrar mais de 30 milhões de dólares em palpites. Nessas, parece não existir dúvidas de que é Mayweather que vai ganhar.

Assim, preparem as apostas e os bonés e não se esqueçam de ligar a televisão na madrugada de domingo — em Portugal, o evento é transmitido em exclusivo pela SportTV — porque a água e o fogo vão medir forças e o resultado pode ser algo inimaginável.