As apostas do BPI no PSI-20 na era de Trump

  • Rita Atalaia
  • 21 Novembro 2016

Donald Trump venceu nos EUA. Lançou a turbulência no mercado, numa altura em que é grande também o stress na Europa. Como investir neste contexto? Em que empresas? Veja as apostas do BPI em Lisboa.

Donald Trump surpreendeu meio mundo ao vencer a corrida à Casa Branca. A eleição para presidente dos EUA provocou ondas de choque a nível global, atingindo a Europa numa altura em que a região está também a viver momentos de tensão política. Vive-se um contexto desafiante para quem investe nos mercados. Mas o BPI continua a ver oportunidades. Em Portugal são duas as apostas: Corticeira Amorim e EDP Renováveis.

Se nos EUA os planos expansionistas de Trump estão a puxar pelas ações, estão a provocar stress no mercado europeu de dívida, especialmente a soberana. Isto depois do Brexit e numa altura em que se aproxima o referendo italiano que ameaça fazer cair Renzi. São vários os pontos de tensão nos mercados, o que torna mais difícil fazer as apostas certas.

Os investidores precisam de um guia para encontrarem o caminho dos ganhos em bolsa. E para o BPI, na Península Ibérica, há várias soluções. Elegeu oito cotadas ibéricas, sendo duas nacionais. A Corticeira Amorim é uma delas, sendo a única a quem o BPI alterou as suas projeções para o final do próximo ano. O banco manteve a recomendação de “comprar”, mas subiu o preço-alvo de 10 euros para 10,2 euros.

O BPI acredita que há um potencial de subida de 24%. “A Corticeira Amorim beneficia das tendências positivas na indústria do vinho e da melhoria do ‘mix’ de vendas”, refere o BPI no seu top de recomendações para o mercado de ações da Península Ibérica. A empresa portuguesa está a ser impulsionada pelas novas rolha das cortiça com tecnologia NDTech e pelas soluções para o revestimento de pavimento. Os títulos seguem agora nos 8,16 euros.

Além da empresa de cortiça, que recentemente foi castigada pela venda de uma posição por parte Américo Amorim, o BPI aposta também na EDP Renováveis, cotada que sentiu o peso da eleição de Trump. A subsidiária da EDP é uma “história de crescimento com planos para adicionar 3,1 GW de capacidade até ao final de 2020, resultando numa taxa de crescimento anual de 7% do EBITDA e de 19% do lucro por ação no período entre 2015 e 2020″, explica o banco. Para a empresa de energia renovável, o BPI recomenda “comprar” e atribui um preço-alvo de 7,80 euros para o final do próximo ano. Neste caso, o potencial de subida é um pouco superior: de 30%. As ações negoceiam nos 6,02 euros.

Apesar do embate inicia provocado pela eleição de Donald Trump, as ações da EDP e da EDP Renováveis devem recuperar. “A EDP Renováveis reagiu de forma negativa aos resultados das eleições nos Estados Unidos, comportamento compreensível no seguimento da vitória de um candidato pouco favorável às energias renováveis”, refere a equipa de research do BiG. No entanto, os analistas dizem que continuam a existir oportunidades de negócio. E isto é crucial, uma vez que a América do Norte representa 46% do EBITDA previsto da EDP Renováveis para 2017, segundo o BPI.

E em Espanha?

O BPI diz que a ACS, o BBVA, a DIA, a Grifols, a Repsol e o Sabadell estão no topo das suas preferências em Espanha. A ACS por ser uma empresa geograficamente diversificada com forte presença nos EUA e na Austrália e a DIA por ter uma exposição das vendas de 35% aos mercados emergentes (Brasil e Argentina), que enfrentam dinâmicas positivas no mercado espanhol. A Grifols também “opera num oligopólio com uma perspetiva favorável para a procura”, refere o BPI.

No setor bancário, o BBVA demonstra um crescimento dos lucros através da melhoria da qualidade dos ativos em Espanha e subida das taxas de juro nos EUA e no México. E o Sabadell revela um capital sólido e negoceia com um desconto face ao setor bancário e aos pares locais, explica o BPI. Na energia, a aposta dos investidores deve recair na Repsol pelas melhorias na unidade de exploração e produção, numa altura em que o mercado petrolífero está a ser agitado pela perspetiva de a OPEP não conseguir chegar a um acordo para reduzir a produção da matéria-prima.

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