As tecnologias digitais criam mesmo um mundo melhor? A resposta no IDC Directions 2018 foi “sim”

O meio e as ferramentas para efetuar a mudança são várias, mas todas culminam num objetivo maior: na melhoria da vida das pessoas.

A visão foi transversal a todos os oradores que passaram pelo palco do IDC Directions 2018. A transformação digital e as todas as tecnologias que surgem com ela podem, facto, criar um mundo melhor. O meio e as ferramentas para efetuar a mudança são várias, mas todas culminam num objetivo maior: na melhoria da vida das pessoas.

Ainda assim, alguns aproveitaram para relembrar que há, também, alguns aspetos que podem ser considerados mais negativos, como a perda de controlo e o desaparecimento de alguns empregos. Já para não falar das empresas, as que não estão a acompanhar a transformação digital “já estão fora do jogo”.

O lado bom da tecnologia

Na saúde, Thomas Meyer, group vice president do IDC European Research, falou das próteses 3D, que podem ser mais fáceis e rápidas de construir, bem como mais baratas. António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, também reconhece o potencial da aplicação das tecnologias digitais à resolução de problemas concretos. Durante a sua intervenção no Centro de Congressos do Estoril mostrou um vídeo de uma pessoa invisual a enfrentar uma série de desafios do dia-a-dia que, graças à tecnologia, tornam-se agora mais fáceis de ultrapassar.

António Raposo de Lima diz que para enfrentar a transformação são precisas três coisas. “Tal como no ski, competências, equipamento e estratégia”Henrique Casinhas / ECO

À medida que a invisual se desloca, uma assistente de voz diz-lhe o caminho que deve seguir. Na rua, ao cruzar-se com outras pessoas, a mesma voz consegue identificar quem se aproxima — caso se trate de um conhecido — , tal como reconhecer a sua expressão, dizendo algo como: “aproxima-se a Maria, ela vem com uma cara triste”. No supermercado, por exemplo, basta passar um produto pelo scanner do telemóvel e a assistente de voz diz a um invisual de que produto se trata.

As possibilidades são várias. Nuno Fórneas, administrador da Glintt, falou também das pulseiras que tranquilizam os pais sobre o estado de saúde dos seus filhos. Contudo relembrou que “ou estas tecnologias nos fazem alterar os nossos comportamentos ou não servem para nada. “Eu tenho uma pulseira fit band que me diz que estou a dormir pouco, mas ainda não consegui que ela me fizesse dormir mais”, explicou.

A previsão é uma palavra que se aplica a todas estas tecnologias, que permitem também prever comportamentos e evitar danos maiores. No auditório do Estoril muito se ouviu falar dela, prever é algo determinante para o sucesso das empresas, defenderam vários oradores. E quando se fala em transformação digital, parece tornar-se ainda mais importante a antevisão.

Prever para calcular velocidade e evitar traumas

Segundo Raposo Lima, “para ganhar à avalanche da dados [que a transformação digital tem criado], temos de ir à frente dela”. Pedro Afonso, CEO da Axians, revela que já utiliza a previsão de comportamentos, através das neurociências, para conseguir implementar com sucesso a transformação digital na sua empresa.

"Para ganhar à avalanche da dados, temos de ir à frente dela.”

António Raposo de Lima

Presidente da IBM Portugal

A previsão torna-se importante quando, muitas vezes, a principal dificuldade em fazer com que todo o processo avance a outro ritmo está relacionada com a diversidade. “As pessoas não andam todas ao mesmo ritmo, nem têm todas o mesmo nível de adaptação”, afirma Miguel Fontes, CEO da Startup Lisboa. Sobre isto, Pedro Afonso, alerta que, às vezes, é preciso controlar a velocidade a que se avança, para que não se cause uma espécie de trauma nas pessoas.

O CEO da Startup Lisboa fala, por isso mesmo, na necessidade das empresas terem uma visão 360 graus, tendo sempre em conta a cultura da diversidade.

No meio de tanta informação e dados, há alguém que não pode, de maneira nenhuma, ser esquecido: o cliente. Agora mutante, na medida em que utiliza os vários canais, há que ouvi-lo, aumentando assim o relacionamento com ele.

A ideia que ficou é que este é o momento certo para as empresas abraçarem a transformação digital, assumindo que esta é uma oportunidade de melhorar, e não uma ameaça. Bruno Horta Soares, leading executive advisor da IDC Portugal, relembrou ainda que “as organizações ficam mais sérias e velhas quando deixam de inovar”.

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