Guia essencial para subscrever um seguro

Com dúvidas sobre como escolher o seguro ideal para as suas necessidades? Saiba o que deve analisar e quais os cuidados que deve ter antes de contratar um seguro.

Automóvel, habitação, poupança, saúde e trabalho. Quando se fala em seguros, quase sempre os associamos a estas cinco grandes áreas. No entanto, cada uma delas tem as suas particularidades, quer em termos do ramo a que pertencem — “Vida” e “Não Vida” –, quer em termos de obrigatoriedade.

Se, por um lado, a subscrição de um seguro de saúde é de caráter voluntário, por outro, caso tenha carro terá obrigatoriamente de contratar um seguro de responsabilidade civil automóvel. Ter mais coberturas é opcional mas, no mínimo, para circular com o carro, tem de ter um seguro “contra terceiros”, como é mais conhecido.

Um dos grandes desafios dos consumidores é saber como escolher o melhor seguro. Isto porque olhar para o preço (prémio do seguro) pode ser uma ilusão quando estamos a comparar produtos, quer estejamos a falar de seguros de vida, saúde ou qualquer outra área: podem estar a comparar-se produtos completamente diferentes, já que as coberturas e exclusões variam bastante. Para que seja mais fácil conseguir entender o mundo dos seguros, veja neste guia o essencial a ter em consideração antes de contratar um. Deixamos-lhe dez passos que deve seguir:

  1. Antes de comprar, compare as diferentes ofertas do mercado. Seja um seguro de vida para acompanhar o crédito à habitação, um seguro automóvel ou mesmo de saúde, pesquisar e comparar é sempre o ponto de partida antes de subscrever qualquer produto. Pode fazer a pesquisa em sites das seguradoras, se souber especificamente o que pretende, ou então pode sempre recorrer a um mediador de seguros que trabalhe com uma ou várias seguradoras. Por norma, a preocupação dos consumidores tende a ir para o preço, no entanto, é preciso perceber o que esse valor inclui. É por isso que os restantes passos são também eles importantes.
  2. Confirme as coberturas e limites. As coberturas são um conjunto de situações tipicamente previstas que são garantidas pela seguradora, ou seja, o tomador de seguro subscreve o produto e este garante-lhe proteção perante essas situações previstas no contrato. As coberturas poderão ser de base, quando obrigatórias, tendo um valor associado, que normalmente é mais baixo. No entanto, muitas vezes existem também coberturas facultativas que o segurado pode optar por incluir ou não na sua apólice, que lhe dão uma proteção maior e mais completa, pagando então um prémio superior. Tomando como exemplo os seguros de saúde, pode subscrever um plano base com um preço mais acessível e que lhe garante uma cobertura num conjunto limitado de situações, podendo também optar por juntar mais coberturas que lhe dão uma maior comparticipação, mais proteção em situações de doença através do acesso a mais tratamentos, pagando por essas coberturas facultativas um prémio superior. É importante que confirme que coberturas estão incluídas e os respetivos limites, e se vão ao encontro das necessidades.
  3. Informe-se sobre os períodos de carência. O período de carência é o período de tempo entre a subscrição do seguro e a data em que as suas coberturas e garantias passam a ser validadas, ou seja, durante este período o tomador de seguro não tem acesso às condições de cobertura oferecidas. No caso do seguro de saúde existem, normalmente, períodos de carência para ter acesso a consultas, cirurgias ou parto, entre outros. Se quer garantir a cobertura de uma determinada situação verifique qual o período de carência, é que ao comparar seguros pode haver alguns com períodos de carência menores que lhe permitem garantir a cobertura do risco de forma mais célere.
  4. Analise bem o valor da franquia. A franquia é uma quantia que fica previamente estabelecida no contrato do seguro e que representa o valor até ao qual o segurador não se responsabiliza em caso de dano ou acidente. Por outras palavras, é o valor que o tomador de seguro terá de pagar do seu próprio bolso. É importante salientar que o uso de franquias permite que haja uma redução da mensalidade ou anuidade do seguro, ou seja, do prémio do seguro. Muitas vezes, para baixar o custo mensal ou anual do seguro e o tornar mais atrativo para o cliente, muitas seguradoras aumentam as franquias do contrato, por isso, avalie bem as condições oferecidas antes de aceitar uma apólice. Ou seja, se perante um sinistro se sentiria confortável a pagar esse valor mínimo.
  5. Descubra qual a melhor forma de pagamento. Quase todas as seguradoras oferecem várias modalidades de pagamento como o pagamento anual, semestral ou mensal. O prémio muitas vezes varia conforme a modalidade de pagamento escolhida, podendo aumentar se o pagamento for feito em várias prestações. Por isso, antes de decidir de que forma vai pagar, estude as diferentes modalidades e escolha a que melhor se adapta à sua situação. É importante que faça sempre o pagamento do prémio do seguro dentro das datas previstas. Caso não o faça, sujeita-se à suspensão e cancelamento do seguro.
  6. Analise bem as cláusulas de limitação ou exclusão. Todos os contratos de seguros incluem cláusulas de limitação ou exclusão, ou seja, condições que excluem o pagamento do capital seguro pela seguradora. Deverá, por isso, analisar estas exclusões atentamente antes de assinar uma nova apólice.
  7. Conheça as modalidades de reembolso. Em alguns seguros, como por exemplo o seguro de saúde, poderão existir várias modalidades de pagamento como o reembolso, a comparticipação através de uma rede convencionada e a mista, que inclui ambas. Deverá conhecer bem estas modalidades, o capital disponível para cada cobertura, as percentagens de comparticipação, o prazo para a entrega do pedido de pagamento das despesas à seguradora, entre outras. É importante, depois guardar sempre todas as faturas e documentos referentes a despesas que devam ser cobertas pelo seguro.
  8. Seguro de vida associação ao crédito à habitação: ITP ou IAD? O seguro de vida associado ao crédito habitação embora não seja obrigatório, por lei, é uma forma de proteção adicional para o segurado e para a instituição financeira. Em muitas situações acaba por ser condição para ver o crédito aprovado. A cobertura de base é a de morte, no entanto, além dessa, o consumidor pode optar por duas adicionais: IAD (Invalidez Absoluta e Definitiva) ou ITP (Invalidez Total e Permanente). Ambas são diferentes e também têm valores diferentes. A cobertura de IAD, Invalidez Absoluta e Definitiva, tem como objetivo proteger o segurador num cenário de invalidez em que se veja impedido de realizar as suas atividades diárias de forma autónoma e independente. Isto significa, que o seu acionamento em caso de sinistro só pode ocorrer quando haja uma dependência de uma terceira pessoa por parte do segurado para simples atos: como vestir, comer e realizar a higiene pessoal. Já a cobertura de ITP, Invalidez Total e Permanente, protege o segurado num cenário incapacidade para a sua profissão, existindo a necessidade de verificar a percentagem de invalidez para acionar o seguro. Esta varia de apólice para apólice. Há seguradoras que fixam o grau de invalidez nos 60%, outras nos 65% ou outro valor que fica definido na apólice. A título de exemplo: uma mulher a quem seja detetado cancro da mama e lhe seja atribuída uma incapacidade de 80%, e consiga fazer a sua vida de forma independente sem necessário de terceiros, apenas estaria coberta caso o seu seguro tivesse cobertura ITP. Esta diferença de maior abrangência da cobertura traduz-se, normalmente, numa diferença de preço. Por isso, quando estiver a comparar seguros veja se não está a comparar as mesmas coberturas.
  9. Faça simulações ao longo do tempo. Em alguns seguros, como o seguro automóvel, poderá ser vantajoso ir fazendo simulações ao longo do tempo e em outras entidades pois poderá encontrar um novo produto que lhe ofereça melhores condições do que as que tem atualmente, a preços mais competitivos. Além disso, as seguradoras podem recusar-se a renovarem o seguro e, se tiver várias opções na data da renovação, tem sempre possibilidade de fazer outra alternativa.
  10. Seja claro nos formulários das seguradoras. Quando for subscrever um seguro e estiver a responder ao formulário da seguradora, faça-o com clareza e honestidade. Qualquer incorreção ou omissão poderá significar a perda da indemnização em caso de sinistro.

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