CGD diz que adesão à greve supera os 30%. “Registo de normalidade”, diz administração

Maria João Carioca garantiu que CGD está a operar com normalidade apesar da greve convocada pelo maior sindicato do banco. Administradora diz que promoções que vão ocorrer em setembro são normais.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) adianta que a adesão à greve desta sexta-feira está acima dos 30%, num “registo de normalidade” que não está a afetar o serviço prestado aos clientes, disse a administradora Maria João Carioca aos jornalistas.

“Estamos a procurar assegurar a normalidade dos serviços aos nossos clientes e até agora estamos a conseguir fazê-lo. A”, disse a administradora do banco público. “Os números oficiais que são coligidos pelo nosso departamento de pessoal estão neste momento pouco acima dos 30%. Esperamos que o funcionamento esteja a ser feito o mais normalmente possível”, acrescentou.

De acordo com o banco, até às 12h00 tinham sido processadas mais de 1,1 milhões de transações pela CGD, “uma valor em linha com a média/valor registado durante o mesmo dia do ano passado, que foi de 941.747 transações”

Reconhecendo o direito à greve que foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) na sequência da denúncia do Acordo de Empresa por parte da administração do banco, Maria João Carioca assinalou, ainda assim, que o protesto “tem motivos que são difíceis de compreender”.

“Estamos no início de um processo de negociações como aconteceu em toda a banca. Numa fase em que ainda não houve sequer negociações, esperamos que esta forma de luta não perturbe a tranquilidade da CGD e a normalidade com que os nossos clientes se relacionam connosco”, afirmou a administradora, garantindo que a proposta que o banco endereçou aos sindicatos mantém aos trabalhadores “condições semelhantes ou melhores do que no resto da banca e que procura reconhecer o mérito“.

Maria João Carioca saudou ainda o envio de contrapropostas que os sindicatos, como o Sindicado Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB), que incluiu uma proposta de aumento da tabela salarial de 3,96% e a manutenção das anuidades das diuturnidades.

"Os números oficiais que são coligidos pelo nosso departamento de pessoal estão neste momento pouco acima dos 30%. Esperamos que o funcionamento esteja a ser feito o mais normalmente possível.”

Maria João Carioca

Administradora da CGD

Sobre as promoções que vão ocorrer em setembro, e que vão dar direito a um prémio entre os 500 euros e os 3.000 euros aos trabalhadores, Maria João Carioca diz que se trata de um processo que acontece normalmente nesta altura do ano, após a conclusão do processo de avaliação do desempenho dos funcionários.

Para que as promoções ocorram, isto “implica que os trabalhadores sejam avaliados e que o processo de avaliação esteja concluído”, explicou a gestora. “É agora que isto acontece, os processos de promoção contemplam os direitos dos trabalhadores a apresentar dúvidas e a apresentar reclamações caso existam. Essas dúvidas foram resolvidas e tal como em 2017 são apresentadas agora aos trabalhadores as promoções e os prémios por mérito, nada mais do que isso e que é a normalidade de uma empresa.

Junto à sede da CGD, em Lisboa, estavam concentrados cerca de uma centena de trabalhadores, uma ação que foi convocada pelo sindicato com maior representatividade no banco público. Protestam contra a denúncia dos Acordos de Empresa que vai implicar a eliminação de algumas condições laborais, como a promoção por antiguidade ou anuidades.

Ao ECO, o presidente da direção do STEC disse que “há um clima de revolta e descontentamento impressionante entre os trabalhadores da CGD, que não se viu na greve de 2012 quando o Governo cortou os subsídios de férias e de Natal”.

(Notícia atualizada às 14h03 com novos dados sobre o número de transações)

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