“O voto de cada português é mais livre do que nunca”. Assunção Cristas encerra o 27.º congresso do CDS

  • ECO
  • 11 Março 2018

Assunção Cristas foi reeleita com 89% dos votos os congressistas. Anunciada como "a próxima primeira-ministra" pela voz off, a líder do CDS protagonizou o encerramento do congresso.

“Somos a opção dos que rejeitam o socialismo que nos governou em 14 dos últimos 20 anos”, afirmou Assunção Cristas, no discurso de encerramento do 27.º congresso do CDS. “O socialismo passou 14 anos a endividar-nos, a comprometer o futuro das novas gerações, a afastar-nos da média europeia”, criticou, garantindo que o CDS é “a esperança dos que desconfiam de um PS encostado às esquerdas radicais”.

Para a líder centristas, o CDS é o partido “mais apto a governar Portugal”. Num discurso focado no futuro, sob o mote do congresso “O futuro é aqui”, Assunção Cristas elencou a demografia, a coesão territorial e a inovação como as três prioridades dos centristas. Ao contrário de outros partidos que diz que “nem sequer se apercebem da mudança que aí vem”, Cristas garante que o CDS está convicto de que “Portugal pode liderar o novo mundo cheio de oportunidades”. “A função do Estado não é impedir a mudança, mas fazer com que esta seja aproveitada da melhor forma possível”, argumentou.

Como vice-presidentes, Assunção Cristas mantém Nuno Melo, Adolfo Mesquita Nunes e Cecília Meireles. Já a direção terá três novidades: médica e deputada Isabel Galriça Neto, a doutoranda Graça Canto Moniz e a professora universitária Raquel Vaz Pinto. Assim, um terço da comissão executiva será composta por mulheres. A lista de Cristas para a Comissão Nacional obteve o voto de 89% dos congressistas, segundo a Lusa, menos do que os 95,59% de há dois anos.

João Rebelo, que será o novo coordenador autárquico, Nuno Magalhães, líder parlamentar, Pedro Morais Soares, secretário-geral, Álvaro Castelo Branco, Domingos Doutel, Filipe Anacoreta Correia e Ana Rita Bessa mantêm-se igualmente na Comissão Executiva. Já o Conselho Nacional continua a ser encabeçado por António Lobo Xavier que conquistou 51 lugares em 70 disponíveis.

Este sábado Assunção Cristas anunciou que vai levar a votos o Programa de Estabilidade 2018-2022 — um documento que o Governo deverá apresentar em abril — para obrigar BE, PCP e PEV a votar ao lado do PS. Além disso, a líder do CDS revelou que quer que Nuno Melo volte a ser o cabeça de lista do partido às eleições europeias. Na equipa de Melo estará também Pedro Mota Soares, ex-ministro da Segurança Social, Raquel Vaz Pinto e Vasco Weinberg. As novidades passaram também pela elaboração do programa eleitoral para as eleições legislativas para 2019.

Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do CDS, irá coordenar o programa eleitoral do partido. No grupo “Portugal com Futuro” estarão militantes, mas também independentes, todos com menos de 45 anos, um facto salientado pela líder. A equipa conta com os independentes Pedro Mexia, assessor de Marcelo Rebelo de Sousa para a cultura, e Nádia Piazza, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrogão, e ainda o ex-deputado Francisco Mendes da Silva e Mariana França Gouveia, ambos da comissão política. A completar o grupo estará Jorge Teixeira, o mais novo com 24 anos, Graça Canto Moniz e João Moreira Pinto — ambos colaboram no gabinete de estudos do CDS.

“Vamos trabalhar para sermos a primeira escolha dos portugueses”

Assunção Cristas repetiu as ideias do discurso de sábado, argumentando que “há um antes e depois de 2015”: “Muitos portugueses foram ao engano. Agora já ninguém vai ao engano. Hoje o voto útil acabou e o voto de cada português é mais livre do que nunca”, afirmou para defender a ideia de que “em 2019 não é preciso ficar em primeiro lugar para governar, é preciso 116 deputados”. E a líder do CDS considera que será mais fácil chegar a esse número somando o número de deputados com o PSD depois das eleições.

“Acreditem porque não há impossíveis”, pediu aos militantes numa mensagem de confiança no futuro. “Vamos trabalhar para sermos a primeira escolha dos portugueses”, disse, assinalando que “o futuro é o que dele fazemos”. Logo no início do discurso de encerramento, Assunção Cristas revelou que este foi “o congresso mais participado de sempre do CDS com mais de 1.500 delegados e mais de 400 convidados”, um evento que apelidou de “um momento inesquecível”. “Este é um congresso de continuidade do rumo começado há dois anos e que se revelou certeiro”, concluiu.

Assunção Cristas partiu depois para a crítica à atual governação que diz ser “incapaz de preparar o país para o futuro”. A líder centrista criticou o atual Executivo pelo aumento dos impostos indiretos e, por isso, “não conseguir reduzir a carga fiscal”. “Aumentou na fiscalidade dos combustíveis que afeta todos por igual, não distingue quem pode mais quem pode menos“, atacou Cristas.

Mas a líder do CDS regressou ao tema que a levou a apresentar uma moção de censura no Parlamento: os incêndios de junho a outubro. Acusando o Governo de não ter conseguido garantiu a “função mais básica” do Estado, que é a proteção de pessoas e bens, Assunção Cristas afirmou que “repetida a falha, [o Governo] foi de novo incapaz de reconhecer erros e nem sequer de humildemente pedir desculpa”.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h30 com mais declarações de Assunção Cristas)

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