Rui Rio: “O PSD não foi fundado para ser um clube de amigos”

O ex-autarca do Porto foi eleito presidente do PSD pelos militantes este sábado. Rui Rio sucede a Pedro Passos Coelho. No discurso de vitória prometeu fazer uma "oposição firme", mas não "demagógica".

EPA/FERNANDO VELUDOLUSA

É a primeira vez que chega ao cargo. Rui Rio foi eleito presidente do PSD, o maior partido da oposição em Portugal. O candidato levou a melhor face ao ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, na eleição deste sábado. No discurso de vitória, foi ao ex-primeiro-ministro que deixou um agradecimento pela sua “generosidade” e “empenho”. Ao mesmo tempo que tentou unificar, Rio deixou palavras duras para dentro do partido: “O PSD não foi fundado para ser um grupo de amigos”, afirmou, recusando ceder a “interesses individuais”.

Segundo o próprio, Rio nunca perdeu nenhumas eleições. Também não foi desta: “Os militantes do PSD confiaram-me hoje [sábado] em eleições livres e diretas a liderança nacional do nosso partido”, começou por dizer o sucessor de Passos Coelho. O vencedor das eleições deste sábado assinalou que esta campanha promoveu um debate “como há muito não se via” no PSD. Depois das palavras de agradecimento, Rui Rio passou ao ataque: definiu o “ADN” do PSD, deixou um aviso e traçou as características da sua oposição ao Governo no futuro.

Recordando o nascimento do partido com o histórico líder Francisco Sá Carneiro, Rui Rio vincou vários traços tais como a luta pela liberdades individuais, a promoção do “dinamismo económico”, a “justiça e a solidariedade social”, a “igualdade de oportunidades”, entre outros elementos identitários. Assim definiu aquele que acha ser o “ADN do PSD”. E o que não é? A resposta é dura: “O PSD não foi fundado para ser um clube de amigos. O PSD não é uma agremiação de interesses individuais”.

Logo de seguida, voltou à unificação do partido: enalteceu o passado do PSD, elogiou Passos Coelho e lançou as bases da oposição nos próximos dois anos. “O PSD é o partido que deu ao país o maior impulso de crescimento e desenvolvimento económica da democracia portuguesa”, argumentou, assinalando que o seu partido soube governar em momentos críticos e de reformas profundas. Um desses momentos foi aquele enfrentado por Pedro Passos Coelho, que apelidou de “crise mais greve da democracia portuguesa”.

Mas a partir do final de fevereiro será Rio ao leme do PSD, após o congresso nacional que se realiza de 16 a 18 de fevereiro. “A partir de fevereiro iniciaremos a construção de uma alternativa de Governo à atual frente de esquerda que se formou no Parlamento”, anunciou, colocando a tónica das reformas estruturais. Rio quer uma alternativa que reponha “a vontade, a alma e a esperança”.

O atual Governo terá na nova liderança do PSD uma oposição firme, mas nunca demagógica ou populista porque nunca será contra o interesse nacional“, garantiu Rui Rio, deixando também uma mensagem de “lealdade” para com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de quem foi secretário-geral em 1996.

Acompanhado por Nuno Morais Sarmento, Rui Rio agradeceu em especial a Francisco Pinto Balsemão por ter aceite ser o primeiro subscritor da sua candidatura. Rio agradeceu ainda a David Justino, o coordenador da moção de estratégia global, e ao seu diretor de campanha Salvador Malheiro, alargando os agradecimentos a várias personalidades que estiveram envolvidas na sua candidatura.

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