Famílias que vivem nas grandes cidades ganham mais 6.937 euros que as das zonas rurais

Em Portugal, o rendimento anual das famílias que residem em zonas urbanas é, em média, 6.937 euros superior ao rendimento auferido por um agregado familiar que habite em zonas rurais.

O rendimento das famílias que residem na Área Metropolitana de Lisboa é o mais elevado do país. No lado oposto, o rendimento das famílias que habitam nas zonas rurais da Madeira é o mais baixo. Esta dicotomia reflete a realidade do país: os agregados familiares “urbanos” têm um rendimento anual líquido 6.937 euros superior aquele auferido pelas famílias “rurais”. Os dados foram revelados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

“Verifica-se uma diferenciação do rendimento total líquido anual médio por agregado familiar segundo o grau de urbanização – 25.334 euros para as famílias residentes em áreas urbanas e 18.397 euros em áreas rurais”, revelam os resultados do Inquérito às Despesas das Famílias 2015/2016, publicados esta terça-feira pelo INE nos Anuários Estatísticos Regionais. Os dados — que se referem ao ano de 2014 — mostram uma diferença, em média, de 6.937 euros no rendimento líquido anual entre as famílias das duas áreas.

Lisboa foi a única região do país a superar a média nacional em 2014. A contribuir esteve, principalmente, o concelho de Oeiras que registou o nível de rendimentos mais elevado. Do lado oposto, em termos de regiões, está a região Centro que registou o menor valor de rendimento líquido anual médio por agregado (21.100 euros).

De onde vem esse rendimento?

A maior parte dos rendimentos auferidos pelas famílias portuguesas é monetário (77,8%), sendo que metade corresponde ao trabalho por contra de outrem ou trabalho por conta própria. “Considerando a intensidade de urbanização dos territórios e os diferentes tipos de rendimento, a contribuição do rendimento do trabalho para o rendimento total das famílias era mais relevante nas áreas predominantemente urbanas (50,7%) comparativamente com os restantes territórios”, especifica o INE.

Já o rendimento não monetário (autoconsumo como bens alimentares, por exemplo, ou recebimentos em géneros) e as pensões assumem maior importância nas famílias residentes em áreas predominantemente rurais.

Em 2015 — tendo como fonte de informação a nota de liquidação do IRS –“o rendimento bruto declarado em Portugal foi cerca de 82.475 milhões de euros, o que se traduziu num valor mediano de 10.683 euros por agregado fiscal“. Acima da média nacional está a Área Metropolitana de Lisboa, mas também Coimbra, Leiria, o Alentejo Central e a Área Metropolitana do Porto. Por outro lado, os valores mais baixos deste indicador registaram no Alto Tâmega e Tâmega e Sousa da região Norte.

“Em 2015, 73 municípios apresentaram um rendimento bruto declarado mediano por agregado fiscal acima do valor nacional”, sintetiza o INE, assinalando que o valor mais elevado foi registado em Oeiras (16.339 euros). Já os agregados fiscais com menor rendimento bruto declarado situavam-se sobretudo em municípios no interior da região Norte.

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