Ações da EDP em mínimos de mês e meio. Rendas pressionam

Os títulos da empresa liderada por António Mexia desvalorizam mais de 1%, depois de a ERSE ter proposto retirar 167,1 milhões de euros às rendas da EDP.

A EDP está sob forte pressão neste arranque de sessão da bolsa de Lisboa. As ações da elétrica caem 2,10% para 3,118 euros, até mínimos de 11 de agosto.

Na base das perdas sofridas pelo título está a proposta da ERSE de cortar as rendas da EDP. De acordo com a proposta que a reguladora enviou na última sexta-feira ao Governo, o valor a pagar ao longo dos próximos dez anos implica um corte de 167,1 milhões de euros por ano face ao montante desembolsado entre 2007 e 2017. A elétrica liderada, entretanto, acusou a ERSE de “violar grosseiramente a lei”.

Segundo o comunicado da reguladora do setor, entre 2007 e 2017 as produtoras de eletricidade receberam 2.500 milhões de euros (um valor composto por uma componente variável e outra fixa), o equivalente a 250 milhões de euros por ano. Mas nos próximos dez anos, a ERSE propõe-se a pagar 829 milhões de euros, o equivalente a 82,9 milhões por ano. A diferença são 1.671 milhões de euros em dez anos, ou 167,1 milhões de euros a menos por ano.

Ações da EDP sob pressão

Em comunicado enviado ao mercado na passada sexta-feira, a EDP considerou a proposta da ERSE “uma mera simulação teórica que viola grosseiramente a lei que esteve na base da aceitação, pela EDP, do regime de CMEC“.

Os CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual) são contratos que entraram em vigor em 2007 para compensar as donas das centrais elétricas pela liberalização do mercado. A partir desse ano, estas empresas tiveram de passar a vender eletricidade no mercado, sujeitando-se à variação dos preços, em vez de continuarem a receber o valor fixado de acordo com os CAE, que à data estavam em vigor. Perante a expectativa de quebra de receitas, as ações da elétrica estão sob forte pressão. Trata-se do título do PSI-20 que mais desvaloriza nesta sessão, com a quebra a ser a mais acentuada desde 18 de setembro.

Analistas: proposta com impacto negativo na EDP

Os analistas consideram que esta notícia é desfavorável para os títulos da EDP. “A ERSE irá divulgar a sua proposta final e documento completo no próximo dia 15 de outubro pelo que até lá poderá haver uma volatilidade acrescida e uma reação negativa nas ações da EDP face às notícias divulgadas”, antecipava o Caixa BI numa nota enviada a clientes esta manhã.

Também o Haitong aponta como “negativo” o impacto sobre os títulos da elétrica. “O valor do ajuste final dos CMEC é o primeiro evento regulatório da EDP em outubro (as receitas com a distribuição de eletricidade e as tarifas serão conhecidas a 15 de outubro) e o valor está abaixo das nosso — e aquilo que acreditamos — o mercado estima”, diz o banco de investimento numa nota emitida esta manhã.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

(Notícia atualizada às 11h24 com mais informação)

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