Guarda Civil detém membros do governo catalão por causa do referendo

Guarda Civil espanhola deteve vários membros do governo da Catalunha, realizaram buscas nas sedes da Generalitat. Tudo para travar o referendo do dia 1 de outubro. Bolsa de Madrid cai mais de 1%.

Manifestantes catalães pedem a realização do referendo do dia 1 de outubro.Juanjo Perez Monclus/Bloomberg

Vários membros do governo catalão foram detidos pela Guarda Civil espanhola, depois de uma operação levada a cabo nas primeiras horas desta quarta-feira para travar a realização do referendo sobre a independência na Catalunha, marcado para o dia 1 de outubro.

Foram realizadas buscas em vários edifícios oficiais da Generalitat, o governo regional catalão, nomeadamente nas sedes dos Departamentos de Economia, das Relações Exteriores, do Trabalho e Segurança Social. Os agentes da Guarda Civil também se dirigiram ao Centro de Telecomunicações e Tecnologias de Informação da Generalitat e ainda à Fundação punCAT, que faz a administração dos domínios de internet .cat.

Entre os detidos estão altos cargos do executivo catalão, como o secretário-geral da Economia e número dois de Oriol Junqueras, Josep Maria Jové. Houve mais detenções nos vários departamentos da Generalitat que foram alvo de investigações esta manhã, num total de 14, de acordo com o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

Estas buscas da Guarda Civil espanhola tiveram como objetivo encontrar provas sobre a realização do referendo do dia 1 de outubro na Catalunha, referendo que já tinha sido declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol. Para lá dos cargos públicos, outros três cidadãos foram igualmente detidos.

A instabilidade política e social chegou à bolsa de Madrid. O Ibex-35, o principal índice espanhol, está a cair mais de 1%, quando os pares europeus cedem terreno muito ligeiramente. O setor financeiro é o mais penalizado: o Sabadell cai quase 5%, enquanto o Santander, BBVA e Caixabank perdem entre 1% e 3%.

O presidente da Assembleia Nacional Catalã, Jordi Sánchez, apelou “à resistência pacífica” dos funcionários públicos perante a operação policial. “Chegou o momento. Resistamos pacificamente. Vamos defender as nossas instituições sem violência”, escreveu Sánchez na sua conta de Twitter.

Por esta altura são centenas de catalães que se manifestam nas ruas de Barcelona a favor da realização do referendo. “São milhares em defesa das nossas instituições”, relata Jordi Sánchez no Twitter.

A esta luta juntou-se também o clube de futebol FC Barcelona. Em comunicado, o clube liderado por Josep Maria Bartomeu manifestou-se contra “qualquer ação que atente contra a democracia, liberdade de expressão e direito a decidir”, numa declaração em que justifica o seu “compromisso histórico na defesa do país”.

Em clima de alta tensão no Congresso espanhol, onde os partidos independentistas se insurgiram contra aquilo a que chamaram de “barbaridade democrática” por causa das buscas da Guarda Civil, Mariano Rajoy convocou os principais líderes da oposição Pedro Sanchéz (PSOE) e Albert Rivera (Ciudadanos) sem que tenha sido revelado o teor desta chamada ao Palácio da Moncloa, em Madrid.

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