Outubro vermelho tira mais de quatro mil milhões de euros à bolsa de Lisboa

O PSI-20 resvalou mais de 6% neste mês de outubro, naquele que é o pior registo mensal desde o referendo ao Brexit em junho de 2016.

Um mês terrível para os investidores nacionais. Apesar da subida nesta última sessão do mês, a bolsa de Lisboa sofreu em outubro o pior registo mensal desde a vitória do “sim” no referendo ao Brexit. Foram mais de quatro mil milhões de euros que desapareceram num só mês.

O PSI-20 recuou mais de 6,6% em outubro, para os 5.030,71 pontos, com a grande maioria das suas cotadas no vermelho. Apenas três cotadas do índice bolsista de referência nacional apresentam um balanço mensal positivo: Navigator (+4%), Sonae Capital (+4%) e CTT (+0,4%).

Seria necessário recuar até junho de 2016, mês em que se realizou o referendo ao Brexit, para assistir a um desempenho mais negativo do PSI-20. Naquela ocasião derrapou 10,17%.

Evolução do PSI-20

O deslize sofrido em Lisboa, devido sobretudo à instabilidade orçamental e política em Itália, mas também à guerra comercial mundial instigada pelos EUA, roubou mais de 4.200 milhões de euros às cotadas lisboetas.

Mais de metade deste valor foi perdido apenas por duas cotadas da bolsa nacional: a Galp Energia e a Jerónimo Martins.

A petrolífera encolheu em 1.307 milhões de euros, resultantes de uma desvalorização acumulada de cerca de 10% das suas ações. Esse recuo deve-se em grande medida à pressão negativa exercida sobre as cotações do petróleo face aos receios de uma quebra do crescimento económico mundial. O preço do barril de Brent desvalorizou mais de 8% em outubro, para os atuais 75,75 dólares.

Já a Jerónimo Martins perdeu mais de 1.100 milhões de euros de valor de mercado, resultante de uma desvalorização de mais de 14%. Só na última sessão deste mês, a retalhista recuou em bolsa perto de 6%, penalizada pelos resultados negativos da sua atividade na Polónia nos nove primeiros meses do ano. Uma queda que, contudo, não impediu a valorização do índice.

Entre as maiores perdas de capitalização bolsista figuram ainda as cotadas do universo EDP. As ações da EDP Renováveis desvalorizaram mais de 9%, em outubro, correspondentes a uma perda de valor bolsista de quase 700 milhões de euros. Já a EDP perdeu 270 milhões de euros de valor que resultaram de uma queda de 2,3% das suas ações no último mês.

Contudo, as maiores perdas percentuais foram sofridas pela Mota-Engil e pela Corticeira Amorim. Ambas tombaram em torno de 16%.

(Notícia atualizada às 17h05 com mais informação)

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