Mamma Mia. Semana crítica em Itália rouba 300 milhões ao BCP

As ações do banco liderado por Miguel Maya sofreram uma queda de mais de 8% numa semana marcada pela instabilidade política e orçamental em Itália. Seguiu o setor que não resistiu à subida dos juros.

O “efeito borboleta” da crise política e orçamental que se agudizou esta semana em Itália fez-se sentir na bolsa nacional e foi particularmente penalizador para o BCP. As ações do banco liderado por Miguel Maya perderam mais de 300 milhões de euros em valor de mercado, ditado pelo maior tombo semanal em oito meses.

Na última sessão da semana, o BCP foi o principal responsável pelo deslize sofrido pelo PSI-20. As ações do banco recuaram 2,63%, para os 23,36 cêntimos — mínimos de mais de um ano –, levando o índice bolsista nacional a sofrer uma queda de 0,96%, para os 5.203,9 pontos.

Ações do BCP em derrapagem

Somando esse desempenho às perdas sofridas nas restantes sessões da semana, o BCP sofre uma desvalorização acumulada de 8,39%, a maior desde a semana terminada a 2 de fevereiro.

Em termos de valor bolsista, foram cerca de 323 milhões de euros que “desapareceram” do banco liderado por Miguel Maya em apenas cinco sessões.

O tombo do BCP acontece numa semana marcada pela instabilidade política e orçamental em Itália, bem como pela subida de tom nos recados entre os líderes do Governo italiano e da Europa. Após o aviso de Itália de que não iria ceder “um milímetro” no que respeita à meta para o défice orçamental, o tom mudou e houve uma ligeira revisão das metas mais ao encontro dos objetivos da Europa.

O primeiro objetivo de Roma apontava para um défice orçamental estável nos 2,4% em 2019 e nos dois anos seguintes. Depois seguiu-se o “dito por não dito” e traçada uma nova meta para 2020 e 2021, para 2,2% e 2%, respetivamente. Bruxelas aplaudiu, mas os danos já tinham sido feitos e a instabilidade parece continuar.

Os receios dos investidores levaram os juros da dívida não só italiana como dos restantes países da Zona Euro, incluindo Portugal, a disparar. Efeitos que contagiaram os títulos da banca, tradicionalmente mais sensíveis à instabilidade no mercado da dívida, e em consequência também abalaram o BCP.

Esta sexta-feira foi marcada por uma nova troca de palavras entre Roma e Bruxelas. O vice-primeiro-ministro de Itália acusou os comissários europeus de “arruinar” a Europa.

Perante este cenário, os principais índices bolsistas europeus voltaram a fechar no vermelho, com a Bolsa de Milão a comandar com um recuo de 1,3%. Os juros da dívida também subiram um pouco por toda a Europa, ditando o pior registo semanal em vários meses.

(Notícia atualizada às 17h00 com mais informação)

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