Itália afunda bolsas. Lisboa cai mais de 1% à custa do BCP e da EDP

Sexta-feira negra em toda a Europa. A bolsa de Lisboa não fugiu à regra, caindo 1,2%. BCP foi arrastado pelo furacão italiano, enquanto a EDP cedeu com o profit warning.

Lisboa não resistiu ao vendaval que chegou de Itália. Na última sessão do mês, mas também do trimestre, a praça italiana sofreu uma queda expressiva, arrastando consigo a generalidade das bolsas europeias. A banca foi, de longe, o setor mais penalizado, tanto lá fora como na bolsa nacional. O BCP deu um trambolhão, mas a EDP também. A elétrica afundou mais de 3% à custa dos CMEC.

Depois de muitos avanços e recuos, o orçamento italiano foi mesmo revelado. Mas não trouxe boas notícias para os investidores. O denominado “orçamento de mudança” aponta para défices de 2,4%, nos próximos três anos. É uma proposta despesista que acaba por ser vista, pelos investidores, como um desafio a Bruxelas.

Perante este documento, os juros da dívida de Itália dispararam, com a taxa a dez anos a superar novamente a fasquia dos 3%. As taxas exigidas pelos investidores para comprarem dívida de outros soberanos do euro também subiram, isto ao mesmo tempo que os investidores fugiram das ações.

A praça de Milão liderou as quedas. Afundou 3,72%, naquela que foi a maior queda desde o Brexit. O Stoxx 600, que serve de referência para a região, acabou por perder 0,83%. Já o PSI-20, o principal índice português, caiu 1,20% para os 5.359,27 pontos, com apenas duas cotadas a conseguirem escapar ao sentimento negativo.

O setor financeiro italiano afundou 7,5%, levando o índice que agrega os bancos da Zona Euro a cair 4,5%, a maior queda desde agosto de 2016. Entre estes bancos esteve um português, o BCP. A instituição liderada por Miguel Maya encerrou a cair 3,48% para cotar nos 25,5 cêntimos.

EDP afunda com corte de previsões de lucros

Mas o BCP não esteve sozinho nas fortes quedas. Num dia em que a Mota-Engil liderou as descidas ao perder mais de 4%, a EDP esteve em destaque ao recuar 3,32% para 3,178 euros. A elétrica liderada por António Mexia foi, assim, penalizada pelo corte de estimativas de resultados para este ano (200 e 300 milhões de euros), em resultado dos CMEC.

Só duas cotadas escaparam à tendência negativa em Lisboa. A Ramada e a Galp Energia valorizaram, com a petrolífera a impedir uma descida mais expressiva do PSI-20 ao somar 0,89% para os 17,09 euros, impulsionada pela subida do preço do petróleo nos mercados internacionais que vai trazer um novo aumento dos preços dos combustíveis na próxima semana.

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