Do SPA à roupa lavada, até às férias nos trópicos. Esta empresa de Braga tem um Departamento da Felicidade

Empresa de Braga dá regalias aos colaboradores, desde SPA a comida, até férias em destinos tropicais. "Somos mais produtivos quando estamos saudáveis e felizes", diz o Grupo Bernardo da Costa.

As instalações são novas. E as ideias também, apesar do Grupo Bernardo da Costa (BC) estar a caminho da idade da reforma. Tão novas que o grupo ostenta orgulhoso o Departamento da Felicidade. “Um nome algo lamechas”, reconhece Ricardo Costa, a terceira geração que hoje gere os destinos do grupo a partir de Braga.

A ideia de criar este Departamento — um caso raro no mundo empresarial — não surgiu agora. Ricardo Costa imputa-a ao tempo dos seus avós. “O Departamento da Felicidade em si é apenas um ‘chapéu’ que teve o seu início com os meus avós, em 1957, quando os colaboradores eram vistos como fazendo parte da família”. O lema “as empresas são as pessoas” é assim já parte da casa na BC.

Inserido na semana de economia de Braga, a BC abriu as portas para mostrar que atingir a felicidade é afinal… tão simples. Ainda que dispendioso. Um custo que na empresa é visto como um investimento, até porque “uma equipa motivada é uma equipa envolvida e empenhada no sucesso da empresa”. Uma frase escrita numa das paredes da empresa e que mostra a importância dada às pessoas.

"O Departamento da Felicidade em si é apenas um ‘chapéu’ que teve o seu início com os meus avós, em 1957, quando os colaboradores eram vistos como fazendo parte da família.”

Ricardo Costa

CEO do Grupo Bernardo da Costa

Mas é um custo que tem tido resultados. Basta olhar para os números da empresa de instalações elétricas de apoio à construção civil, bem como de comércio a retalho de material elétrico, eletrodomésticos, iluminação e aparelhos de força motriz. Constituída por dez empresas, emprega 174 pessoas, 81 das quais em Portugal, estando as restantes distribuídas por cinco países (Portugal, Espanha, Brasil, Camarões e Moçambique) e três continentes, alcançou um volume de negócios de 32,5 milhões de euros. Um crescimento de 18% face ao ano anterior.

Ricardo Costa adianta ao ECO que “nos últimos seis anos crescemos sempre na casa dos dois dígitos”. Anos que, relembra, “foram extremamente difíceis para a economia portuguesa” mas que refletem, “sobretudo, ganhos de quota de mercado à concorrência”.

Do SPA, à roupa lavada e comida. Tudo à custa do patrão

Para manter “uma equipa motivada” e “empenhada no sucesso da empresa”, a BC oferece uma série de comodidades aos seus colaboradores. Entre uma sala de SPA, onde para além de massagens há serviço de manicure e tratamentos de beleza, até ao serviço de lavandaria, passando por uma sala de convívio onde sobressaem uma consola Wii e uma Playstation, até ao serviço de comida pré-preparada que os colaboradores podem levar para casa, nada parece ser deixado ao acaso.

A juntar a tudo isto, soma-se ainda uma semana de férias — está prestes a partir para o quinto ano consecutivo em que acontece — sempre em países tropicais, que pode ser substituída por um salário extra, caso o trabalhador opte por não viajar acompanhado pelos colegas.

A estas regalias juntam-se os tradicionais seguros de saúde e de vida e ainda um dia extra de férias, que é o dia de aniversário, que traz uma condição: o aniversariante fica, no dia seguinte, responsável pelo lanche de todos os colegas.

Manter trabalhadores, atrair mais colaboradores

Ricardo Costa não tem dúvidas que este bem-estar proporcionado aos funcionários, que se pode repercutir em mais horas livres fora do emprego, traz melhorias internas para a empresa. “Há melhoria na comunicação, os colaboradores com atividade em comum partilham experiências e, finalmente, sentem orgulho na empresa onde trabalham”, refere.

Ainda assim reconhece que “isto não é fácil, porque um dia retirar estes benefícios pode ser complicado”. Para Ricardo Costa são estes fatores que levam a que as pessoas se mantenham na empresa, apesar de existirem trabalhadores muito assediados até com salários mais altos. E acrescenta: “acreditamos que quem luta connosco merece ser recompensado por isso”.

Tudo isto não invalida que o grupo Bernardo da Costa sinta dificuldades em contratar pessoas, sobretudo em áreas chave como “eletricistas e informática”. Um problema que, diz o CEO, “não é exclusivo nosso, o que acontece é que não existem trabalhadores nessas áreas”.

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