Divórcio entre EUA e Irão leva petróleo para máximos de quatro anos

O petróleo está em máximos de quase quatro anos, após Donald Trump ter anunciado que os Estados Unidos iriam abandonar o acordo nuclear assinado entre o Irão e o grupo 5+1 — os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha. O “ouro negro” valoriza perto de 3%.

“Hoje anuncio que os Estados Unidos se retiram do acordo nuclear com o Irão”, disse, nesta terça-feira, Trump numa declaração à imprensa na Casa Branca, acrescentando que os Estados Unidos “voltarão a impor sanções económicas ao mais alto nível”. O presidente afirmou que tem “a prova” de que o Irão mentiu sobre o seu programa nuclear, classificando aquele país como “um regime de grande terror”.

O barril do Brent, negociado em Londres, valoriza 2,78% para 76,93 dólares, o preço mais alto desde novembro de 2014. Já o Crude avança 2,71% para 70,93 dólares.

Petróleo renova máximos de novembro de 2014

^{Fonte: Reuters}

Ainda que a decisão não tivesse sido uma surpresa para os mercados, uma vez que esta saída fazia já parte da agenda de campanha de Donald Trump em 2016, a reação dos investidores está a fazer sentir-se.

“O mercado já tinha feito as contas à possibilidade de o Presidente Trump abandonar o acordo”, apontou Daniel Hynes, analista da Australia & New Zealand Banking Group à Bloomberg. “No entanto, esta decisão ainda é muito ambígua, o que leva os investidores a adotar uma posição de esperar e ver.”

Os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) têm vindo a tomar medidas para que os preços da matéria-prima subam, depois de terem atingido valores muito baixos na altura da recessão económica. O barril do petróleo passou os 75 dólares ainda antes da decisão de Trump, mas a OPEP esperava ansiosamente este momento.

(Notícia atualizada às 9h01 com mais informação)