Lucro do BCP dispara 70%. Ganha 85,6 milhões de euros no primeiro trimestre

O banco liderado por Nuno Amado fechou os primeiros três meses do ano com lucros de 85,6 milhões de euros.

O Banco Comercial Português (BCP) lucrou 85,6 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este valor representa um crescimento de 70,8% face ao mesmo período do ano passado, refletindo a melhoria da atividade da instituição liderada por Nuno Amado. Mas também traduz a redução das imparidades.

O banco tinha registado lucros de 50 milhões de euros nos primeiros três meses de 2017, ano que terminou com um resultado líquido global de 186,4 milhões de euros. No primeiro trimestre deste ano, o lucro disparou, ascendendo a 85,6 milhões de euros, um valor que ficou em linha com as estimativas dos analistas. O BPI previa um resultado líquido de 84 milhões.

Este resultado foi “impulsionado pelo desempenho da atividade em Portugal, tendo o resultado líquido da atividade internacional permanecido em linha com o do mesmo período de 2017”, diz o BCP no comunicado enviado à CMVM. Na atividade em Portugal, o resultado líquido apresentou um comportamento muito favorável ao aumentar dos 9,0 milhões de euros obtidos nos três primeiros meses de 2017 para 44,5 milhões de euros no primeiro trimestre de 2018, influenciado de forma determinante pela diminuição das imparidades e das provisões”.

“A imparidade do crédito (líquida de recuperações) evidenciou uma diminuição de 28,8% face aos 148,9 milhões de euros contabilizados no primeiro trimestre de 2017, totalizando 106,1 milhões de euros nos três primeiros meses de 2018, ao beneficiar simultaneamente dos desempenhos positivos da atividade em Portugal e da atividade internacional, que neste caso se verificou em todas as subsidiárias, merecendo particular destaque as operações na Polónia e em Moçambique”, diz o banco.

Mais comissões, menos crédito (mas de mais qualidade)

As comissões líquidas aumentaram 4,4%, cifrando-se em 167,8 milhões de euros nos primeiros três meses de 2018, “ao beneficiar do desempenho favorável quer da atividade em Portugal, cujas comissões cresceram 4,5%, quer da atividade internacional que registou um crescimento de 4,1%, impulsionado pela operação na Polónia”, diz o banco.

“O aumento das comissões líquidas no primeiro trimestre de 2018 reflete a evolução tanto das comissões bancárias como das comissões relacionadas com os mercados financeiros que subiram 3,2% e 10,6% respetivamente, face aos valores registados no período homólogo do ano anterior”, explica a instituição liderada por Nuno Amado.

Este crescimento das comissões contrasta com a evolução do crédito, que continua a cair. “O crédito a clientes (bruto) totalizou 50.959 milhões de euros em 31 de março de 2018, que compara com 52.242 milhões de euros apresentados na mesma data do ano anterior, traduzindo a diminuição da atividade em Portugal, parcialmente compensada pelo aumento verificado na atividade internacional”, refere o BCP, que viu os recursos totais de clientes subirem 5,7% para 72.669 milhões de euros em 31 de março de 2018.

Há menos créditos, no entanto, é crédito de mais qualidade segundo o banco. “A qualidade da carteira de crédito evoluiu favoravelmente, conforme evidenciado pela melhoria dos respetivos indicadores, nomeadamente pelo aumento generalizado dos graus de cobertura por imparidades. Neste contexto assume particular relevância o reforço da cobertura de NPE por imparidades que se situou em 48,2% em 31 de março de 2018 face a 40,5% em 31 de março de 2017. Em Portugal o mesmo rácio evoluiu de 39,4% em 31 de março do ano anterior para 46,4% na mesma data de 2018”, remata.

Rácio de capital mais sólido

Perante estes resultados, os rácios de capital do banco deveriam ter aumentado, mas só o core equity Tier 1 (CET1) “fully implemented“. O CET1phased-in” encolheu face aos 13% registados no final do primeiro trimestre de 2017, passando para 11,9%, mas o rácio totalmente implementado registou um aumento de 57 pontos base, terminando os primeiros três meses deste ano nos 11,8%.

“Esta evolução favorável do rácio CET1 fully implemented deveu-se sobretudo à geração orgânica de capital”, diz o banco. “O rácio total fully implemented beneficiou, adicionalmente, da colocação de duas emissões de obrigações subordinadas, na Polónia e em Portugal”, nota a instituição liderada por Nuno Amado.

(Notícia atualizada às 17h23 com mais informação)

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