Portugal pode perder 10% a 15% nos fundos comunitários, antecipa Marques Mendes

  • ECO
  • 6 Maio 2018

Começou agora a negociação para o próximo quadro comunitário, para 2020/2027, e Marques Mendes revela que Portugal poderá perder entre 10% a 15% relativamente ao atual envelope financeiro.

O corte na atribuição de fundos comunitários a Portugal no próximo período 2020/2027 “pode variar entre 10% e 15%, isto pode ser qualquer coisa como três mil milhões de euros”, revela Luis Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC. E explica porquê? A partir de agora, o PIB per capita vai valer 75% a 80% na distribuição dos fundos comunitários, mas haverá mais três critérios: Migrações, alterações climáticas e desemprego. Só que estes três critérios não são favoráveis a Portugal, justifica o comentador.

“Temos poucos imigrantes, em matéria de alterações climáticas não estamos nos piores rankings e temos, felizmente, neste momento, uma taxa de desemprego baixa. Por exemplo, a Espanha vai beneficiar muito mais, porque tem uma taxa de desemprego muito alta”.

O primeiro draft de quadro comunitário, apresentado pela Comissão Europeia, para o período 2020/2027 foi apresentado na passada quarta-feira. E Jean Claude Juncker apresentou uma proposta de orçamento de 1.227 mil milhões de euros para os próximos sete anos, mantendo-o equivalente a 1,11% do Rendimento Nacional Bruto da União Europeia. Mas as políticas de Coesão e Política Agrícola Comum vão ter um corte de cerca de 5%.

“Com tudo isto, poderemos ter um corte de 10% a 15%. Muita atenção do governo”, alerta Mendes, revelando que no próximo dia 29 já haverá uma proposta de divisão dos fundos pelos 27 países, já sem o Reino Unido. Mendes salienta, ainda assim, uma boa notícia.

“No meio de tudo isto, uma boa notícia para um português. O orçamento que mais sobe é da ciência, que é tutelado por Carlos Moedas, que passa de 77 mil milhões para 100 mil milhões de euros”.

A crise no PS não escapou ao comentário de Marques Mendes. Para o comentador, “o PS assustou-se na sequência do caso Pinho, assustou-se com a possibilidade de perder tudo, perder votos, perder eleições, perder a hipótese de maioria absoluta”. Porquê agora? “O PS decidiu fazer uma demarcação em relação a José Sócrates por quatro razões: A primeira é a revelação do caso Pinho; Depois, a revelação das imagens dos interrogatórios a José Sócrates; As declarações de Ana Gomes sobre a necessidade do PS de fazer uma auto-crítica e, finalmente, a iniciativa de Rui Rio de chamar Manuel Pinho ao Parlamento”.

Marques Mendes considera que esta iniciativa de António Costa não foi por convicção, mas por calculismo político e tacitismo eleitoral. “Nada disto aconteceu por acaso. Queriam esta semana matar o assunto”. E fez bem ou mal? “Apesar de ser tardia, e por ter sido feito sem convicção, acho que a iniciativa é útil para o PS e benéfica para a Democracia. A prazo, ainda vão agradecer a António Costa.

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