Taxify vai chegar ao Porto e prepara tarifas dinâmicas

Está decidido: em breve, a aplicação de transporte Taxify vai chegar ao Porto e implementar tarifas dinâmicas, como há na Uber, apurou o ECO. O Algarve é outro mercado que está a ser analisado.

A Taxify concorre com a Uber em Lisboa desde o início deste ano. Em três meses, registou 200.000 viagens.Taxify/D.R.

A aplicação de transporte privado Taxify, que opera na região de Lisboa desde o início deste ano, deverá expandir-se para o Porto nas próximas semanas e está a analisar a hipótese de lançar o serviço também no Algarve. A empresa está a preparar também o lançamento de tarifas dinâmicas, à semelhança do que já tem a aplicação concorrente Uber, apurou o ECO.

Com origem na Estónia, a Taxify é uma das três plataformas eletrónicas de transporte com operações em Portugal. Ou seja, ficará abrangida pela nova regulamentação que está a ser preparada pelo Parlamento e que ficou conhecida por “lei da Uber”. O projeto de lei foi vetado na semana passada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por considerar que o setor concorrente dos táxis também deve ser modernizado, depois de mais de um ano de trabalho por parte dos deputados da comissão de economia.

Porém, a falta de regulamentação não é um travão ao crescimento deste novo mercado. “Nas próximas semanas, lançaremos [o serviço] no Porto e, talvez, no Algarve”, disse ao ECO o diretor-geral da Taxify em Portugal, David Ferreira da Silva. Questionado sobre se a expansão já está ou não confirmada, o responsável afirmou a expansão para o Porto vai acontecer “de certeza”, mas a entrada no Algarve ainda está a ser analisada. “Não posso dar uma data certa, porque ainda estamos a fazer os ajustes finais”, explicou.

A Taxify tem anunciado tarifas por viagem que diz serem as mais baixas do mercado. “Neste momento, a nossa tarifa base é 10% mais barata do que a plataforma a seguir”, indicou David Ferreira da Silva. No entanto, a empresa tem enfrentado algumas dificuldades em alturas de maior afluência de clientes, ou quando o trânsito está mais congestionado na capital portuguesa. Por vezes, nestas alturas, o tempo que um passageiro tem de esperar por um motorista pode ultrapassar os dez minutos.

Este é um problema que não estará a ser totalmente mitigado pelos incentivos monetários que a Taxify dá aos motoristas. Para colmatar os tempos de espera superiores, a Taxify vai seguir o mesmo método que é usado pela concorrente Uber, que está há mais anos no mercado em Portugal. “Iremos avançar com tarifas dinâmicas”, admitiu David Ferreira da Silva, em conversa com o ECO.

“A tarifa dinâmica é uma ferramenta crucial neste mercado do ride-hailing. Principalmente, nessas horas de pico, até para equilibrar o mercado. É uma ferramenta que usamos noutros países. Neste momento, não temos em Portugal. Mas, com certeza, iremos implementar cá. Ainda não sei dizer quando”, afirmou o responsável da empresa em Portugal.

A Taxify atingiu recentemente a meta dos dez milhões de utilizadores a nível internacional. Em Lisboa, a empresa, que se lançou no mercado em janeiro deste ano, realizou já 200.000 viagens e os “mais de 1.000 motoristas” já percorreram, nos primeiros três meses de atividade, um total de 1,4 milhões de quilómetros, de acordo com números da empresa. Em Portugal, conta com uma equipa de oito pessoas.

A tarifa dinâmica é uma ferramenta que usamos noutros países. Neste momento, não temos em Portugal. Mas, com certeza, iremos implementar cá.

David Ferreira da Silva

Diretor-geral da Taxify Portugal

Veto de Marcelo apanhou Taxify “de surpresa”

No passado domingo, Marcelo Rebelo de Sousa devolveu à Assembleia da República (AR) a lei que serviria para regulamentar o mercado das aplicações de transporte. Em causa, duas “reservas” assinaladas pelo chefe de Estado: por um lado, o Parlamento perdeu “a oportunidade” de modernizar o setor dos táxis, que se tem queixado de concorrência desleal face ao negócio das plataformas eletrónica e, por outro, a falta de um contingente neste novo segmento devia ser compensado por uma maior taxa a pagar pelas plataformas, defendeu o Presidente da República.

A lei proposta previa uma contribuição a pagar pelas empresas entre 0,1% e 2%, aplicada sobre o valor de cada viagem. O valor deveria ser fixado pelo Governo e a liquidação ficaria a cargo da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

Ao ECO, David Ferreira da Silva, líder da Taxify em Portugal, reconheceu que não estava à espera deste desfecho. “Para ser sincero, apanhou-me de surpresa. Depois de todo este tempo a discutir a proposta de lei, deste andar para a frente e para trás que houve, pensava mesmo que a lei ia ser promulgada”, confessou.

Ainda assim, o responsável alinhou, em certa medida, com as reservas de Marcelo Rebelo de Sousa. Mas considerou que, no que toca ao segundo ponto assinalado pelo Presidente, o equilíbrio do mercado deveria ser atingido “pelo lado de modernizar o setor dos táxis e não pelo lado de prejudicar” as plataformas, indicou. Para David Ferreira da Silva, é também uma oportunidade para rever a formação que é exigida aos taxistas, de forma a torná-la mais tecnológica e mais próxima daquilo que virá a ser exigido aos motoristas das plataformas.

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