Inquilinos da Fidelidade querem comprar prédios onde vivem

  • ECO
  • 15 Abril 2018

A Fidelidade prepara-se para vender 277 imóveis que detém no país. Os inquilinos uniram-se e querem comprar as casas onde habitam e assim evitar ações de despejo. Propostas de compra já seguiram.

Os inquilinos de alguns dos cerca dos 277 imóveis que a Fidelidade pretende vender em todo o país não querem ser despejados e estão a tentar comprar os prédios onde vivem. Pelo menos é que acontece com os moradores dos números 54 e 42 da Rua do Forno do Tijolo, em Lisboa. Os inquilinos juntaram-se e já fizeram chegar propostas de compra, avança o Diário de Notícias na edição deste domingo.

“É importante perceber que não estávamos compradores, tornámo-nos compradores por necessidade, para manter as nossas casas”, adianta Tiago Hespanha, um dos inquilinos do número 54.

Os inquilinos estão agora a a antecipar um direito de preferência que “é nosso enquanto arrendatários“.

Ao todo, o número 54 tem dez apartamentos e quatro lojas, ocupados por nove inquilinos e três lojistas e com atividades comerciais de vários anos. Os arrendatários, que pagam rendas que variam entre os 400 e os 1000 euros, são portugueses, guineenses, italianos e indianos. Mesmo ao lado, o número 42 está também mobilizado no mesmo sentido.

Apesar das propostas de compra terem avançado esta semana, os valores oferecidos são mantidos em segredo. Os moradores reconhecem que estão longe de conseguir competir com os preços galopantes do mercado imobiliário nacional, em que os fundos e os grandes grupos económicos investem milhões. Ainda assim têm esperança que o direito de preferência dos inquilinos dê força às ofertas.

“Não somos especuladores imobiliários, somos moradores a lutar pelas casas onde muitos já vivem há mais de 40 anos”, diz Tiago.

Os moradores procuram também apoio político, tendo recorrido à Câmara de Lisboa. “Por um lado, a “Câmara Municipal também tem direito de preferência numa eventual venda, por outro lado, tem a capacidade de respaldar a nossa posição porque isto é uma questão de habitação que exige reflexão e atos concretos e urgentes”, diz a Tiago.

A este propósito, a secretária de Estado da Habitação afirmou no Parlamento que “a Fidelidade mostrou total abertura para repensar toda a sua estratégia no plano habitacional, para reforçar a função social e proteger melhor a situação dos inquilinos”.

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