Partex cai. Mas Montepio garante que negócio dos seguros com os chineses da CEFC se mantém

A Fundação Calouste Gulbenkian desistiu de vender a Partex à CEFC. Mas o Montepio ainda não deixou cair a venda do ramo segurador. Continuam os contactos com a Associação Mutualista e a ASF.

A venda do Montepio Seguros à CEFC China Energy continua de pé. Apesar de a Fundação Calouste Gulbenkian ter decidido pôr termo à negociação que decorria com os chineses da CEFC para a venda da Partex devido à “incapacidade desta empresa em esclarecer cabalmente” a sua situação, CEFC e Associação Mutualista garantem que continuam os contactos com vista à conclusão do negócio.

“A CEFC continua em contactos com a Associação Mutualista Montepio Geral e com a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões sobre o processo”, afirma fonte oficial da Associação Mutualista, dona do Montepio Seguros, ao ECO, quando questionada sobre o ponto de situação da operação no seguimento da desistência da Gulbenkian na venda da Partex aos chineses. Até agora, não foi possível obter uma resposta da ASF.

A Fundação Calouste Gulbenkian explicou, num comunicado, que “na sequência das notícias recentes vindas a público sobre a situação do grupo chinês e face à incapacidade desta empresa em as esclarecer cabalmente junto da Fundação, concluiu-se que não existem condições para continuar as conversações”. O ECO sabe que a Associação Mutualista também pediu esclarecimentos à CEFC. Porém, do lado chinês não tem surgido qualquer resposta, razão pela qual há agora muitas dúvidas de que o negócio vá mesmo para a frente.

As últimas informações conhecidas dão conta de que o presidente da CEFC China Energy, Ye Jianning, terá sido detido — houve mesmo uma delegação oficial da República Checa viajou à China em março para saber do seu paradeiro. Certo é que o também conselheiro económico do Presidente checo Milos Zeman, está ser investigado pelas autoridades chinesas por suspeita de crime e ia ser afastado do cargo. Por outro lado, a CEFC Europa, o ramo europeu deste conglomerado, anunciou a entrada do Governo chinês no seu capital.

Em fevereiro, a CEFC China Energy decidiu deixar em standby o negócio segurador do Montepio para dar total prioridade à compra da Partex, como avançou o ECO. Agora, afastada a possibilidade de comprar a petrolífera detida pela Fundação Calouste Gulbenkian, o grupo poderá focar-se apenas neste negócio. Caso este negócio também caia por terra, terá de ser a Associação Mutualista a injetar capital no ramo segurador do Montepio.

Em cima da mesa está um aumento de capital na Montepio Seguros no valor de 150 milhões, a ser totalmente subscrito pelo grupo chinês, que deverá passar a deter 60% daquela seguradora. Nestes termos, o negócio segurador da mutualista estaria avaliado em cerca de 250 milhões de euros, um valor acima daquele a que a Mutualista assume nas suas contas.

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