Aumento de capital da Oi pode encolher posição da Pharol de 27% para 6%

A posição da Pharol após o aumento de capital da Oi poderá ficar diluída até 6%, disse uma fonte ao ECO. Num cenário mais favorável, empresa fica com 10% da operadora. Atualmente, tem mais de 27%.

Luís Palha da Silva, presidente executivo da Pharol. A posição da empresa portuguesa na Oi poderá ficar diluída até 6%. Mas ainda decorrem negociações que poderão ditar um cenário mais favorável.Paula Nunes/ECO

Se o aumento de capital da Oi avançar nos termos atualmente definidos, a participação maioritária da Pharol na operadora brasileira, excluindo ações de tesouraria, poderá ficar reduzida até cerca de 6%, apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo.

Na melhor das hipóteses para a cotada portuguesa, mantendo tudo constante, a participação da Pharol seria diluída até cerca de 10%. Mas é um cenário que está agora distante: a Oi já revelou que os credores escolheram ficar com 71% da empresa, um valor um pouco aquém do máximo de 75% de conversão estabelecido no plano.

Atualmente, a empresa liderada por Luís Palha da Silva, que herdou estes ativos da antiga holding da Portugal Telecom, detém cerca de 27,4% das ações ordinárias da Oi. É a maior acionista da Oi, através da subsidiária Bratel. Mas a Oi enfrenta um processo de recuperação judicial no Brasil para evitar a falência, que prevê a conversão de dívida em ações (consoante a vontade expressa pelos credores) e a injeção de mais capital.

A avançarem, estas operações, que se propõem a viabilizar a continuidade da Oi, poderão elevar o capital da empresa até 33,73 mil milhões de reais, ou 8,3 mil milhões de euros, diluindo a posição da Pharol até perto dos 6%, disse fonte ao ECO. Essa será uma das razões pelas quais a empresa portuguesa tem vindo a tentar travar o aumento de capital, até agora sem sucesso.

Apesar dos valores avançados pela fonte, o ECO fez os cálculos com base em informação pública da estrutura acionista da Oi, informação revelada pela Pharol PHR 0,83% e um documento submetido ao mercado brasileiro pela Oi, com detalhes sobre as operações de conversão de dívida em ações e injeção de capital.

A conclusão é a de que, no cenário mais favorável à Pharol, a empresa ficaria a controlar 10,7% da Oi, mantendo tudo constante e sem contar com as ações preferenciais (que não sofrem alterações no aumento de capital e das quais a Pharol não tem) ou opções de compra. Mas, como explicado, é um cenário que não se deverá materializar, tendo em conta que os resultados preliminares mostram que a maioria dos credores escolheu converter as dívidas em capital.

Contudo, no pior dos cenários, que deverá ser o mais próximo da realidade, a posição atual de mais de 27% da Pharol na Oi deverá ser diluída para 7,55%, segundo os cálculos do ECO, ou menos (como já indicado, fonte admitiu que poderá chegar perto dos 6%). Apesar destas informações, o ECO apurou que ainda existem negociações em curso que poderão ditar um cenário mais benéfico para a empresa de Luís Palha da Silva após o aumento de capital da Oi.

Para os cálculos, o ECO teve em conta um valor de 183.041.223 ações ordinárias detidas pela Pharol, ou 27,4%. E considerou que existem 668.033.661 ações ordinárias da Oi. O valor final da posição da Pharol após aumento de capital depende sempre do montante de capitalização de créditos, ou seja, está condicionada pelo método de pagamento que os credores escolheram no âmbito do processo de pagamento da dívida.

Este processo, que deveria estar concluído em fevereiro, terminou no passado dia 8 de março, como noticiou o ECO. O resultado preliminar da escolha dos credores foi revelado ao mercado ao final do dia de sexta-feira.

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