Angola é segunda maior emissora de dívida de África em 2018

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2018

Angola tem o maior rácio de 'dívida rolante' face ao Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 36%, o que significa que é o país que tem mais dívida a atingir a maturidade.

A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) considerou hoje que Angola vai ser, este ano, o segundo maior emissor de dívida na África subsariana, endividando-se em 15,9 mil milhões de dólares.

De acordo com o relatório sobre o endividamento dos países africanos, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, Angola vai emitir 15,9 mil milhões de dólares este ano, o que representa uma subida de 26,5% face aos valores emitidos no ano passado e é o valor mais alto desde 2014, ano em que Angola recorreu aos mercados para angariar 17,3 mil milhões de dólares.

O relatório mostra que o país lusófono será o segundo maior emissor de dívida, só atrás da África do Sul, que vai endividar-se em 18,7 mil milhões de dólares este ano, o que representa uma subida de 7,8% sobre 2017.

Os analistas da S&P dizem que Angola tem o maior rácio de ‘dívida rolante’ face ao Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 36%, o que significa que é o país que tem mais dívida a atingir a maturidade, o que geralmente é resolvido recorrendo a emissões de dívida de curto prazo para pagar dívida de longo prazo.

No total, o relatório da S&P sobre a dívida pública dos 17 países que a agência de ‘rating’ avalia na África subsariana mostra que estes países vão endividar-se em mais 57 mil milhões de dólares este ano.

Este valor representa uma subida de 7,4% face aos 53 mil milhões de dívida emitida no ano passado e comprova que a crise dos preços das matérias-primas, iniciada em 2014, continua a afetar fortemente estas economias dependentes dos recursos naturais para equilibrarem os orçamentos.

“Esta subida reflete o aumento das emissões planeadas pelos maiores emissores, do ponto de vista histórico, [que são] África do Sul e Angola”, lê-se no documento, que aponta que, no caso do país lusófono, o endividamento “deve-se parcialmente a grandes amortizações previstas para 2018”, enquanto na África do Sul a subida explica-se pela “fraca trajetória orçamental”.

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