Portugueses pediram quase 7 mil milhões em crédito ao consumo. É um novo recorde

No ano passado, os bancos e as instituições de crédito disponibilizaram perto de sete mil milhões de euros em crédito ao consumo. Este novo recorde foi suportado pelo crédito automóvel e pessoal.

A concessão de crédito ao consumo continua a bater novos recordes. No ano passado, os bancos e as instituições de crédito disponibilizaram perto de sete mil milhões de euros em empréstimos ao consumo, mostram dados do Banco de Portugal divulgados nesta quinta-feira. Este montante é um novo máximo do histórico.

Ao longo dos 12 meses do ano passado, as instituições financeiras disponibilizaram um total de 6.967 milhões de euros em crédito ao consumo. Trata-se de um aumento de 17% face à concessão do ano anterior e um novo máximo desde pelo menos o ano de 2013, período a que remonta o início do histórico do regulador.

Evolução do crédito ao consumo

Fonte: Banco de Portugal

O aumento da concessão deste tipo de empréstimos acontece num período marcado pela recuperação económica e pela melhoria das perspetivas das famílias que se sentem mais confiantes em tomar decisões de consumo suportadas pelo recurso ao financiamento.

Essa aceleração tem resultado sobretudo na concessão de crédito pessoal sem finalidade específica e o automóvel, categorias que para além de representarem conjuntamente cerca de 80% do total do novo crédito ao consumo estão também em máximos históricos.

No ano passado, foram disponibilizados 2.789 milhões de euros em crédito automóvel. Este montante representa um aumento de 21% face ao verificado no ano passado, e é também o mais elevado desde o início do histórico do Banco de Portugal.

A acentuada aceleração dos níveis de concessão neste segmento coincide com um ano em que as vendas de carros também cresceram. Dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) dão conta de que, ao todo, foram vendidos 266.386 automóveis novos no ano passado, o que corresponde a um aumento homólogo de 7,7%.

No que respeita ao crédito pessoal sem finalidade específica, onde se inclui a aquisição de férias ou de bens para o lar, foi registado um aumento de 9% na concessão. No total, foram disponibilizados perto de 2.782 milhões de euros com esse fim no ao passado, o montante mais elevado pelo menos dos últimos cinco anos.

Também na finalidade de cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de crédito se registou um máximo de sempre. O crédito com esse fim ascendeu no ano passado a 1.080 milhões de euros, 3% acima dos 1.051 milhões verificados no ano anterior.

Por sua vez, os créditos pessoais com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos aumentaram em 21%, representando contudo uma parcela muito reduzida face ao total: 62 milhões de euros.

Concessão cresce em período de alívio no incumprimento

A melhoria das perspetivas económicas das famílias, mas também a vontade dos bancos em emprestar dinheiro, tem ajudado a suportar não só o crescimento do crédito ao consumo como os empréstimos para a compra de casa. No ano passado, o crédito à habitação disponibilizado ascendeu a em torno de oito mil milhões de euros, em Portugal, um nível de concessão que já não acontecia desde o início da crise financeira.

A abertura da torneira do crédito acontece ainda num período de alívio do incumprimento das famílias. Segundo dados do Banco de Portugal, divulgados na quarta-feira, o número de famílias em falha com o pagamento das prestações do crédito encolheu para mínimos históricos. Uma realidade que se deveu sobretudo à diminuição das situações de incumprimento no crédito ao consumo. No ano passado, 49 mil famílias deixaram de estar em incumprimento com este tipo de empréstimos, o número mais elevado do histórico do Banco de Portugal que remonta ao início de 2009.

Também a parcela dos créditos que estão em incumprimento estão a encolher. No crédito à habitação o rácio do crédito malparado está em mínimos do final de 2013 (2,9%). No crédito ao consumo, está na fasquia mais baixa desde junho de 2009 (9,4%).

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