Google Chrome já bloqueia publicidade na internet

A partir desta quinta-feira, o browser mais usado em todo o mundo passou a bloquear certos anúncios que a Google acredita serem aborrecidos para os utilizadores. Comissão Europeia está atenta.

Agora, o Google Chrome analisa os sites e bloqueia a publicidade que não cumpra certos critérios definidos pela empresa. O browser tem quase 60% de quota de mercado.Pixabay

A partir desta quinta-feira, o Google Chrome passa a bloquear automaticamente certos formatos de anúncios digitais que, na visão da gigante tecnológica, prejudicam a experiência dos utilizadores nos sites. O bloqueio da publicidade na internet, fenómeno conhecido por ad blocking, é uma prática que tem vindo a ganhar popularidade nos últimos anos. Mas a Comissão Europeia já veio dizer que está atenta a potenciais violações dos princípios da concorrência com esta nova decisão da gigante tecnológica.

O browser da Google GOOG 0,00% representa quase 60% de todo o tráfego na internet, de acordo com dados da Net MarketShare. A partir desta quinta-feira, o programa está configurado para, por definição, passar a bloquear anúncios suscetíveis de interferir negativamente no desempenho das páginas na internet ou na experiência do utilizador.

Entre eles estão os anúncios em vídeo com reprodução automática e áudio ou as pop-ups que se sobrepõem ao conteúdo e que têm uma contagem decrescente até o utilizador as poder fechar. Em contrapartida, o Google Chrome não vai bloquear banners em linha com o conteúdo, banners longos de cabeçalho, publicidade à margem do conteúdo ou pop-ups normais, sem contagem decrescente. Vídeos com reprodução automática e sem som também irão passar no novo filtro do Google Chrome.

De acordo com o The Wall Street Journal [acesso pago], a Google refere que esta decisão resulta de um esforço da indústria tecnológica de eliminar anúncios intrusivos e de tornar a publicidade digital mais apelativa para os utilizadores. No entanto, já surgiram alertas que esta nova medida pode vir a beneficiar, em último caso, a própria Google. Só nos Estados Unidos, a tecnológica registou uma quota de mercado de 42,2% em publicidade digital, com uma receita aproximada de 35 mil milhões de dólares, segundo com números da consultora eMarketer.

A medida já tinha sido anunciada no ano passado. Na altura, a comissária europeia Margrethe Vestager, que tem a pasta da concorrência, disse que iria monitorizar com atenção os efeitos da decisão da Google. Além disso, o facto de a Google passar ela própria a bloquear publicidade na web poderá representar uma dificuldade acrescida para muitos órgãos de comunicação social, que têm assistido nos últimos anos a quedas acentuadas nas receitas geradas com publicidade digital, apesar de o mercado estar em crescimento.

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