Font Salem vai investir 40 milhões para duplicar produção na fábrica de Santarém

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2018

Espanhola Font Salem vai investir 40 milhões de euros na sua fábrica em Santarém, para duplicar a produção até aos quatro milhões de hectolitros de cerveja e refrigerantes.

A cervejeira espanhola Font Salem vai investir nos próximos três anos mais de 40 milhões de euros na fábrica de Santarém, para duplicar a produção até aos quatro milhões de hectolitros (cerveja e refrigerantes), anunciou, esta sexta-feira, o diretor-geral da unidade.

Antoni Folguera, administrador e diretor-geral da Font Salem, disse à Lusa que, com o plano anunciado esta sexta-feira, a empresa chegará, em 2020, aos 100 milhões de euros de investimento na fábrica que adquiriu em 2010 à Iberpartners, de Jorge Armindo, quando a unidade inaugurada em 2002 pelo empresário José Sousa Cintra se encontrava em processo de insolvência.

O anúncio do novo investimento acontece no dia em que a fábrica recebe a visita do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, a quem a Font Salem quer “agradecer” o apoio prestado pelo Governo, através da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), permitindo que, com fundos comunitários e ajudas nacionais, nomeadamente de âmbito fiscal, haja uma comparticipação próxima dos 15%.

Antoni Folguera disse à Lusa que o Plano Estratégico Rumo a 2020 permitirá aumentar em 50% a capacidade de produção de cerveja, que chegará perto dos dois milhões de hectolitros (200 milhões de litros) e a instalação de mais uma linha de enchimento de vidro, para responder à procura por parte de clientes internacionais, e que se juntará às seis já existentes (uma para barris, uma para vidro, duas para latas e duas para ‘pet’, uma delas assético).

Os outros dois milhões de hectolitros de produção serão de refrigerantes, sublinhando o responsável da empresa a “inovação” da fábrica de Santarém, a única da Península Ibérica com linhas de enchimento “ambivalentes”, que dão para cerveja e para refrigerantes. “São duas linhas de negócios tão importantes uma como a outra”, afirmou.

Sublinhando a localização da unidade de Santarém, uma plataforma “excecional para os mercados internacionais”, Antoni Folguera afirmou que as apostas se mantêm no fabrico para marcas da distribuição e ’co-packing’ (embalamento para outras marcas), como acontece com produtos da Unicer desde o encerramento das unidades que esta tinha na cidade.

“Também trabalhamos para marcas lideres que acreditaram em nós para fabricar alguns dos formatos, alguns dos produtos que eles têm e também para os clientes internacionais”, disse, adiantando que mais de 65% da produção se destina a mercados internacionais, sobretudo Espanha, complementando as unidades que se situam em Valência.

“Logisticamente é mais conveniente fornecer alguns clientes espanhóis desde aqui – um exemplo, Sevilha, fica mais perto de Santarém do que de Valência”, tornando a empresa “ainda mais competitiva para essa parte oeste da Península Ibérica”.

Com o investimento a realizar até 2020, a Font Salem conta contratar pelo menos mais 40 trabalhadores, que se juntarão aos cerca de 200 atuais (uma média anual, uma vez que o número de postos de trabalho varia, sendo mais expressivo no verão), disse.

Por outro lado, será aumentada a capacidade de armazenamento, numa unidade em que o espaço não é problema, já que a fábrica está instalada num terreno com perto de 30 hectares, acrescentou, sublinhando que o investimento mais relevante será feito ao nível dos equipamentos.

A marca Cintra mantém-se “dentro dos ativos da companhia”, embora praticamente tenha desaparecido em Portugal, vendendo-se “de forma residual” em alguns mercados africanos e asiáticos.

Angola, um mercado em que a Font Salem “tinha muitas expectativas” quando se instalou em Santarém, tem pouco peso nas vendas internacionais, estando os produtos fabricados nesta unidade a chegar a “outros mercados africanos” e também da América do Sul e Central e na China, onde a marca Tagus “é uma das mais relevantes”, adiantou.

Embora o mercado nacional, ao qual se destina cerca de 35% da produção, esteja “a evoluir”, fruto da “recuperação económica e do aumento do turismo”, o impacto esperado não é relevante pois o mercado em que opera, das marcas de distribuição, “quando há recuperação económica não cresce ao mesmo nível do mercado total, porque são produtos mais económicos, pensados para momentos em que há maior contração económica”, frisou.

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