Carlos Silva: Há “agitadores profissionais” no seio da Autoeuropa

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

"Acho que era importante que os trabalhadores ficassem cientes de que ou há estabilidade interna na empresa ou corremos o risco de os alemães perderem a paciência", defendeu o líder da UGT.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defendeu hoje que os trabalhadores da Autoeuropa devem ter consciência de que sem “estabilidade interna” existe o risco de “os alemães perderem a paciência”.

“O que é que vai acontecer se as pessoas não meterem juízo na cabeça? Acho que era importante que os trabalhadores ficassem cientes de que ou há estabilidade interna na empresa ou corremos o risco de os alemães perderem a paciência“, defendeu Carlos Silva. O líder da UGT falava nas jornadas parlamentares do CDS, em Setúbal, num painel com o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, sobre “diálogo social para mais investimento”.

“Há muita gente na Europa, em Navarra, na Eslovénia, na Eslováquia, da Croácia, interessada em ter a produção de outros modelos. Portanto, isto deve envolver o país, deve envolver os partidos políticos, deve envolver os trabalhadores, mas é preciso que, para os trabalhadores serem envolvidos, deixarem-se envolver”, sustentou. Para Carlos Silva, “há uma tentativa de controlar uma comissão de trabalhadores, de controlar uma voz única, um pensamento único dentro da Autoeuropa”.

“Espero que [os trabalhadores] consigam reagir dessa pressão que vem de determinados lados da esquerda radical deste país”, declarou.

António Saraiva: CGTP colocou um vírus na empresa

No mesmo sentido, António Saraiva defendeu que a Autoeuropa é “a prova evidente de que com estabilidade social uma empresa progride e evolui”.

“Tivemos todos estes anos em que a Autoeuropa era dada como um exemplo da virtude do diálogo social e da paz social que se vivia naquela empresa”, defendeu. Enaltecendo a “liderança de António Chora” na comissão de trabalhadores, considerando que dava à empresa “uma coesão através do diálogo social”, António Saraiva defendeu que após a sua saída “a CGTP viu ali uma oportunidade, colocando um vírus na empresa”.

Esse “vírus” – uma analogia que António Saraiva já tinha usado publicamente e que reiterou -, “inquinou o diálogo social”, e constitui “uma tentativa de adulterar as comissões de trabalhadores, porque são elas que representam todos os trabalhadores”.

António Saraiva reiterou também que nos últimos dois últimos anos o diálogo social, em geral, tenha “sido mais dificultado porque o Governo tem afastado da discussão de sede própria da concertação aquilo que tem preferido levar ao acordo que tem com a sua esquerda parlamentar”.

Os trabalhadores da Autoeuropa começam hoje a cumprir o novo horário transitório que prevê a obrigatoriedade do trabalho ao sábado e que foi imposto administrativamente pela empresa após a rejeição dos acordos negociados previamente com a Comissão de Trabalhadores.

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