Portugal tem os dividendos mais atrativos da Europa

Dividendos, dividendos, dividendos... está a chegar uma altura do ano em que os investidores só pensam em dividendos. Este ano, as empresas serão generosas com os acionistas. Portugal em destaque.

Portugal vai dar os dividendos mais atrativos em toda a Europa, depois de um ano de 2017 particularmente positivo para as empresas do Velho Continente. As cotadas europeias vão entregar aos acionistas dividendos recorde, de acordo com uma análise da Allianz.

Em média, é expectável que o rendimento dos dividendos portugueses atinja os 4,47% face ao valor das ações das cotadas nacionais. É o maior dividend yield em toda a Europa, segundo as estimativas dos analistas daquela casa de investimento. Portugal surge à frente de países como a Espanha (4,47%) e Finlândia (4,02%). Já o Reino Unido, “tradicionalmente o mercado mais importante para os caçadores de dividendos em termos de volume”, surge no quarto lugar do ranking com uma taxa de dividendo de 3,98%.

“Estas médias são um importante referencial e revelam muito sobre a valorização em cada mercado”, diz Jörg de Vries-Hippen, gestor do Allianz European Equity Dividend, sugerindo que as ações portuguesas apresentam-se com uma avaliação de mercado mais deprimente face aos lucros que vão distribuir pelos acionistas.

Dividendos portugueses no topo das mais atrativos na Europa

Fonte: Allianz Global Investors

Há empresas mais generosas do que outras na bolsa de Lisboa. Tal como o ECO avançou, as ações CTT eram das mais atrativas com um dividend yield superior a 13%. Isto acontece depois da queda acentuada dos títulos dos Correios que se seguiu após o profit warning emitido em outubro aquando da apresentação da queda dos lucros nos primeiros nove meses do ano.

323 mil milhões para distribuir

Com a recuperação da economia do Velho Continente, também as receitas das empresas ganharam tração e os lucros deverão ter subido no ano passado. E subiram tanto ao ponto de permitir que as cotadas europeias possam adotar uma política de remuneração acionista generosa com os seus acionistas: vão distribuir 323 mil milhões de euros, um valor recorde. Trata-se de um aumento de 23 mil milhões de euros ou 7,7%, face ao ano anterior.

“Não assistimos a uma perspetiva tão otimista, como a que observamos agora em 2018, há bastante tempo. A economia na Europa está a progredir bem e espera-se que os benefícios empresariais continuem a melhor”, frisa Vries-Hippen. “O ano passado, 80% dos lucros foram distribuídos como dividendos, mais do que em qualquer outro período antes. Isto significa que as companhias já não estão dispostas a crescer a qualquer preço. Está a prestar-se mais atenção aos interesses dos acionistas no uso dos ganhos empresariais”, sublinha ainda.

"O ano passado, 80% dos benefícios foram distribuídos como dividendos, mais do que em qualquer outro período antes. Isto significa que as companhias já não estão dispostas a crescer a qualquer preço. Está a prestar-se mais atenção aos interesses dos acionistas no uso dos ganhos empresariais.”

Jörg de Vries-Hippen

CIO de Rendimento Variável da Allianz Global Investors

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