EWF: há 25 anos a qualificar capital humano

  • ECO + EWF
  • 23 Novembro 2017

Indústria, ensino, serviços e agricultura. Todos vão sentir o impacto da crescente automatização. E formar profissionais de excelência capazes de acompanhar esta evolução é a missão da EWF.

Pode esquecer a imagem de alguém de maçarico na mão a unir duas chapas de metal. Ser soldador não é tão simples como parece: há que conhecer a química dos materiais, saber como reagem uns aos outros, saber lidar com equipamentos avançados e tecnologias de informação e aprender os mais de 40 tipos de soldadura disponíveis, de acordo com os requisitos da utilização. Os dados apresentados pela European Federation for Welding, Joining and Cutting (EWF), organização que há 25 anos qualifica profissionais na área da soldadura para a indústria, das mais simples às mais avançadas e sofisticadas, indicam que há mais de 300 mil profissionais com um diploma nas mãos. Um conhecimento fundamental para aproximar pessoas e máquinas como nunca antes.

Há duas condições essenciais para que o trabalhador industrial do século XXI continue a ter lugar num mercado de trabalho cada vez mais digital, em que a automatização, robotização, Internet das Coisas, e outras tecnologias ocupam um crescente papel: em primeiro lugar, a capacidade e flexibilidade de operar em ambientes industriais complexos; e, adicionalmente, conhecer bem as novas tecnologias de produção.

Luísa Coutinho, diretora executiva da EWF

A EWF prepara qualificações profissionais de acordo com as necessidades da industria, desde a sua fundação há 25 anos. A certa altura a industria pedia qualificações para operadores de robots de soldadura. Portanto criámos qualificações para soldadura mecanizada, automatizada e robotizada. Atualmente, a industria necessita de trabalhadores qualificados em impressão 3D em metal, e a EWF está a preparar as respetivas qualificações para todos os países Europeus.

Luísa Coutinho, diretora executiva da EWF

A EWF conseguiu unir 46 países na implementação de standards de formação comuns, através do chamado Sistema Harmonizado de Qualificações. A fórmula perfeita de produção não existe. Os processos podem não durar muito tempo. Novos produtos surgem, outros são descontinuados ou remodelados, e a qualificação profissional terá de acompanhar estas mudanças.

O mais importante não é produzir um diploma de qualificação que dure anos. É preciso criar uma estrutura de módulos de aprendizagem que seja rapidamente adaptável às necessidades.

Chris Eady, presidente da EWF
Chris Eady, presidente da EWF

Ter um sistema único é uma mais valia para quem é qualificado pela EWF. Portugal, Alemanha, Itália, França, entre os 46 países que recorrem ao sistema do EWF, têm equivalências a nível de formação, uma vantagem grande num mercado cada vez mais globalizado. Os formandos podem, por isso, procurar emprego noutros países, desde que tenham qualificações compatíveis com o cargo a que se candidatam. Mais do que isso, podem chegar primeiro às áreas virgens deste ramo: uma área de formação da EWF com falta de profissionais é a Additive Manufacturing, mais conhecida por impressão 3D. Como é que se resolve o problema da falta de profissionais? Ligando a educação à indústria através de um sistema de qualificações profissionais que é reconhecido e aceite em toda a Europa.

O EWF está envolvido desde 1992 nos projetos Europeus que estão na liderança da Inovação e transformação da indústria Europeia, e está profundamente empenhado em manter e reforçar a sua presença nos mesmos. E em 2018, a União Europeia vai continuar o seu investimento na área de Additive Manufacturing / Impressão 3D ao abrigo do programa H2020. “Segundo a agenda da União Europeia, foram pensadas novas competências emergentes que ainda não são ensinadas e foi criado um plano de cooperação setorial de competências. Uma das áreas alvo, neste contexto, é o Additive Manufacture, para o qual existe um financiamento de quatro milhões de euros para desenvolver os profissionais nesta área», adianta German Esteban, Membro da Direção Geral de Investigação e de Inovação da Comissão Europeia.

No âmbito desta semana intensa de reuniões, teve ainda lugar uma sessão específica da liderança da plataforma europeia Manufuture, que vieram a Portugal debater os próximos passos na estratégia europeia 2020-2030 para a área do manufacturing. O futuro adivinha-se frutífero: há a garantia de que as indústrias 4.0 podem atingir um quinto do PIB europeu antes de 2020. São claramente uma das maiores apostas da União Europeia (UE), algo que se torna ainda mais evidente tendo em consideração que 64% do investimento privado para investigação e desenvolvimento tem como objetivo desenvolver as indústrias e tecnologias de produção. Os planos de futuro da UE para os profissionais e empresas industriais da era digital foram lançados nas várias conferências que decorreram no Taguspark, em Oeiras.

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