Em vez de dois, Portugal ainda vai amortizar mais três mil milhões ao FMI este ano

No OE2018 estava prevista a amortização de três mil milhões adicionais ao FMI ainda este ano. Foi feito um reembolso de mil milhões, ficando a faltar outros dois. Agora, o valor volta a subir.

Portugal ainda vai reembolsar antecipadamente mais quase três mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até ao final do ano. O valor representa uma revisão em alta de cerca de mil milhões face ao que estava previsto na proposta de Orçamento do Estado, revelando a vontade do Governo de acelerar o pagamento desta dívida que tem um custo elevado face às taxas atuais de mercado.

No OE para 2018, o Governo previa pagar três mil milhões de euros nestes últimos meses do ano. Desde então, reembolsou mil milhões de euros, revelando que ainda iria pagar mais dois mil milhões ao FMI. Mas agora o valor foi novamente revisto em alta, com o Executivo a apontar para um montante de cerca de três mil milhões.

“Vai concretizar-se, muito brevemente, mais um pagamento antecipado ao FMI, de um valor próximo dos três mil milhões de euros”, o que “permite reduzir o custo médio do endividamento, mantendo a maturidade média da dívida e reforçando o que são muito boas condições de financiamento da economia portuguesa”, disse Mário Centeno em Bruxelas, no final do Ecofin, citado pela Lusa. Ao ECO, o Ministério das Finanças confirmou a revisão em alta em cerca de mil milhões, adiantando que o valor exato ainda não está definido.

No acumulado de 2017, Portugal já abateu mais de seis mil milhões de euros à instituição liderada por Christine Lagarde, cerca de 66% do total do empréstimo de 26,3 mil milhões que Portugal obteve em 2011. Mas o objetivo passa por elevar este montante até nove mil milhões até final do ano, numa estratégia que permitirá ao Governo aproveitar o bom ambiente no mercado para substituir o empréstimo mais caro do FMI por nova dívida.

Enquanto Portugal mantiver um nível de dívida junto do FMI cima do limiar definido tendo por base a sua quota continuará a pagar uma taxa extra, que faz com que o empréstimo contraído ao abrigo do programa de assistência financeira tenha um custo em torno dos 4%. Atualmente, com a melhoria da economia, a subida do rating e as compras do Banco Central Europeu colocaram os juros das Obrigações a dez anos no mercado secundário abaixo dos 2%.

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