Quebra no correio afunda lucros dos CTT. Empresa corta dividendo

A quebra da entrega de correio endereçado afundou os lucros dos CTT para 19,5 milhões. A empresa vai cortar o dividendo e anunciar um plano de corte de custos.

Os CTT registaram lucros de 19,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma quebra de 57% face ao mesmo período do ano passado. A justificar a quebra dos lucros está a diminuição de 6% do tráfego de correio endereçado, além de um nível de custos fixos demasiado elevado. A empresa vai cortar o dividendo a distribuir pelos acionistas em 20% e vai apresentar, até ao final deste ano, um plano de corte de custos.

Segundo a informação transmitida, esta terça-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT fizeram, no conjunto dos nove primeiros meses do ano, um total de 555,4 milhões de entregas, o que corresponde a uma queda de 6,1% em relação ao ano passado. As receitas da empresa ascenderam a 518 milhões de euros, um número apenas ligeiramente abaixo dos 518,8 milhões que tinham sido registados no ano passado.

Já o EBITDA (resultado antes de lucros, impostos, depreciações e amortizações) caiu de 82,9 milhões para 59,3 milhões no final de setembro deste ano. A dívida líquida, por seu lado, ascendeu a 51 milhões de euros e os custos operacionais totalizaram 458,7 milhões de euros, mais 5,2% do que no ano passado.

A nota positiva vai para o Banco CTT, que aumentou os depósitos em 197%, para 540,4 milhões, enquanto as receitas se fixaram em 5,3 milhões. As receitas do Banco CTT ficaram abaixo do objetivo que a empresa tinha definido, mas esse aspeto foi “totalmente compensado” por custos mais baixos do que o planeado.

Feitas as contas, os CTT alcançaram lucros de 19,5 milhões de euros no final de setembro, quando, em setembro do ano passado, tinham lucros de 46 milhões de euros. Descontando o efeito de eventos não recorrentes, a quebra teria sido menor e os lucros dos CTT teriam ascendido a 32 milhões de euros.

Nesses “eventos não recorrentes” conta-se o fim do contrato com a Altice no final do ano passado. Este era um acordo que tinha sido assinado com a empresa de Patrick Drahi em novembro de 2014, quando a Altice estava na corrida pela compra da PT, e que previa o pagamento de 15 milhões de euros aos CTT, depois de a compra da Meo ficar concluída. Os CTT calculam que o fim deste contrato teve um impacto de 7,5 milhões nas contas deste ano.

Empresa vai cortar dividendo e custos

Para fazer face à quebra das receitas e ao aumento dos custos, os CTT vão cortar o dividendo a distribuir aos acionistas e vão apresentar um plano de reestruturação até ao final deste ano.

“A quebra de tráfego maior do que o esperado vai ter um impacto negativo sobre o EBITDA do conjunto do ano de 2017”, refere a empresa, no comunicado enviado à CMVM. Por outro lado, “o forte crescimento da base de clientes do segmento Express & Parcels e do Banco CTT coloca pressão sobre os custos dos CTT”.

Assim, a empresa adianta que “uma reestruturação considerável dos custos, para ajustar a escala de operações às atuais necessidades, está a ser preparada, para ser apresentada antes do final do ano“. Os CTT não adiantam, para já, mais detalhes sobre este plano de corte de custos.

Ao mesmo tempo, a empresa vai cortar o dividendo de 48 cêntimos por ação, que tinha sido decidido no início deste ano, para um dividendo de 38 cêntimos por ação.

Notícia atualizada às 18h22 com mais informação.

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