Endividamento da economia atinge novo recorde de 723,2 mil milhões em agosto

O endividamento das Administrações Públicas, empresas e famílias voltou a atingir um novo máximo em agosto. Subiu para 723,242 mil milhões de euros. Crescimento do PIB deverá acomodar recorde.

Depois de ter aliviado em julho, o endividamento da economia — setor público, empresas e famílias, excluindo-se os bancos — voltou a subir em agosto para um novo recorde: 723,242 mil milhões de euros. O setor público foi o responsável por esta subida, segundo os dados que foram reportados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

O valor do endividamento, em termos nominais, tem crescido todos os meses desde o início do ano, com julho a ser a única exceção em 2017. Em agosto, regressou a tendência de subida, com um aumento de 1,48 mil milhões de euros.

Ainda que as empresas privadas e as famílias tenham contribuído para a desalavancagem da economia, o setor público não financeiro registou um crescimento do endividamento de 2,4 mil milhões de euros para um total de 319,2 mil milhões de euros.

Endividamento da economia volta a subir em agosto

Fonte: Banco de Portugal

Importa sublinhar, no entanto, que o Banco de Portugal reviu a série relativa ao endividamento do setor não financeiro. Por exemplo, em junho, o endividamento da economia havia batido um recorde nos 726 mil milhões de euros segundo os dados divulgados na altura. Mas este número foi agora atualizado para os 722,4 mil milhões (abaixo do valor de agosto) perante a revisão de toda a série, atingindo os 383,2% do PIB — quando no mesmo mês de 2016 tinha atingido os 389,7%.

Em relação a agosto, é expectável que o aumento da dívida nominal tenha sido acomodada pelo crescimento da atividade económica. Números do PIB do terceiro trimestre serão revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no dia 14 de novembro.

Dívida pública líquida baixa

De acordo com o Boletim Estatístico divulgado hoje, o Banco de Portugal também procedeu alterações no reporte da dívida pública líquida de depósitos, passando a contar com os depósitos de toda a administração pública e não apenas os depósitos da administração, como fazia até agora.

Incorporando esta mudança, a dívida líquida de ativos em depósitos das administrações públicas atingiu assim os 222,7 mil milhões de euros em agosto — e não os 228,4 mil milhões como o banco central tinha reportado inicialmente.

Já dívida da República na ótica de Maastricht — a que importa para as regras comunitárias e um indicador acompanhado de perto pelos mercados — não registou qualquer alteração, mantendo-se em agosto acima do patamar psicológico dos 250 mil milhões, tal como havia sido anunciado no início do mês.

(Notícia atualizada às 11h56)

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