Porto entre os cinco favoritos para ganhar a EMA

Um estudo da EY coloca o Porto entre os cinco favoritos para acolher a Agência Europeia do Medicamento. Ricardo Valente, vereador da Câmara do Porto diz que "a cidade tem capacidade para ganhar".

“O Porto com as armas que tem, tem capacidade para ganhar”. É desta forma que o vereador da Câmara Municipal do Porto, Ricardo Valente resume a candidatura portuguesa à Agência Europeia do Medicamento (EMA). A recolocação da EMA surge no âmbito de um procedimento desencadeado pela União Europeia, no âmbito do Brexit, para a relocalização de duas agências europeias, atualmente sediadas em Londres.

A candidatura de Portugal, protagonizada pela cidade do Porto aparece no grupo dos cinco países melhores colocados, tendo em conta um conjunto alargado de critérios, para acolher a EMA, segundo um estudo realizado pela EY, a pedido da Associação Comercial do Porto, e apresentado esta terça-feira, no Palácio da Bolsa. A par do Porto, aparecem cidades como Amesterdão, Copenhaga, Estocolmo e Viana.

Hermano Rodrigues, economista responsável pela coordenação do estudo adiantou durante a apresentação que o objetivo não foi fazer uma hierarquização dos candidatos, uma vez que há critérios que têm grande pendor subjetivo, mas sim perceber como é que o Porto está e se posiciona face às restantes 18 candidaturas.

“Atendendo à média simples dos seis critérios que analisamos, podemos dizer que há grande equilíbrio na candidatura do Porto, uma vez que aparece sempre em primeiro ou segundo em todos os critérios, enquanto todas as outras candidaturas deste primeiro campeonato têm pelo menos um critério em que não são primeiros nem segundos”, afirmou.

O estudo da EY teve por base seis critérios de avaliação:

  • Características do edifício;
  • Acessibilidade da cidade e transportes;
  • Oferta educativa para os filhos do staff ;
  • Integração social das famílias do staff;
  • Assegurar a continuidade do trabalho da EMA;
  • Dispersão geográfica.

Em todos estes critérios, o Porto aparece como Top Performers, com exceção dos critérios das acessibilidades e das escolas onde aparece na classificação de “very good quality“.

A questão das acessibilidades, nomeadamente a questão das ligações aéreas a partir do aeroporto do Porto, foi rapidamente desvalorizada por Ricardo Valente. O economista referiu que: “o aeroporto do Porto tem atualmente um tráfego de cerca de 10 milhões de passageiros e tem capacidade para 15 milhões, mas já existe um projeto de expansão para duplicar a atual capacidade. Se a EMA vier para o Porto as ligações [aéreas] irão com certeza aumentar“.

Eurico Castro Alves, representante da Câmara Municipal do Porto na Comissão de Candidatura Portuguesa à EMA adiantou que “o importante é perceber que o Porto tem os requisitos técnicos para receber a EMA. O Porto está jogo e está em jogo para ganhar“.

O representante da Comissão da Candidatura Portuguesa referiu ainda que todo o processo envolveu três fases.

“Na primeira garantimos a competência técnica para receber a EMA. Está feita, o Porto é elegível. Agora vem a fase da comunicação, é muito importante que se fale do Porto e de Portugal, e finalmente temos a terceira fase e que passa pelo trabalho dos diplomatas, porque o produto para ser vendido tem que ser bom e tem que ser conhecido”, frisou.

Lobby em Bruxelas

Os representantes da Comissão da Candidatura Portuguesa, juntamente com a secretário de estado dos assuntos europeus partiam hoje para Bruxelas a fim de dar a conhecer a candidatura portuguesa ao consórcio europeu da Saúde.

Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, destacou que: “esta é uma candidatura nacional, o Governo tem dado toda a ajuda e o próprio Primeiro-Ministro está muito envolvido”.

Já Eurico Castro Alves referiu que: “A candidatura do Porto arrancou tarde, por motivos que já todos conhecemos, e enquanto Copenhaga foi oito vezes a Londres, nós fomos apenas uma, mas temos o resto do mês de outubro para fazer ruído. A candidatura do Porto tem que se falada”.

Apesar dos requisitos do Porto, todos estão conscientes de que a recolocação da Agência Europeia do Medicamento é uma “decisão politica”.

Ainda assim, Ricardo Valente enaltece o facto de pela primeira a Europa “tomar uma decisão destas com base na transparência, uma vez que todas as candidaturas são públicas”.

A decisão final será conhecida a dia 20 de novembro.

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